Bispo Alexander (Mileant) /
Traduzido por N. Namestnikov / Natalia & Peter Martynenko
Conteúdo: O
Interesse pelo significado do Apocalipse.
O Autor. Período,
local, e finalidade da redação do Apocalipse.
Conteúdo, plano, e simbolismo do Apocalipse.
cartas para as sete igrejas.
Visão da Liturgia celeste.
Remoção dos sete selos, visão dos quatro cavaleiros.
As sete trombetas, marcação dos
escolhidos, início das calamidades.
Os sete símbolos, a Igreja, e o reino da besta. As Sete taças, fortalecimento dos poderes
contrários a Deus, e o julgamento dos pecadores. Julgamento da Babilônia, do anticristo,
e dos falsos profetas. O
Reino de mil-anos, o julgamento do diabo, a ressurreição e o juízo final.
Novo céu e nova terra beatitude eterna.
Conclusão.
O apocalipse (“apokalypsis” em grego, revelação) de São João, o Teólogo,
é o único livro profético do Novo Testamento. Nele são revelados o destino
do gênero humano, o fim do mundo e o começo da vida eterna, e por isto então,
localiza-se ao término das Sagradas Escrituras.
O Apocalipse é um livro misterioso, e de difícil compreensão.
Justamente este caráter misterioso atrai o interesse de cristãos, bem como
também o de pensadores leigos, que buscam apenas decifrar o sentido e o
significado das visões aí descritas. Existe um grande número de livros
sobre o Apocalipse, grande parte da qual é formada de várias publicações
absurdas, especialmente estas que são associadas com a literatura sectária
contemporânea.
Apesar
das dificuldades de compreensão deste livro, sábios espiritualmente
iluminados e os Santos Padres da Igreja sempre se referiram a ele com grande
reverencia, por ser um livro inspirado por Deus. Assim, São Dioniso de
Alexandria escreve: “A obscuridade deste livro não impede que nos
surpreendamos com ele. E até mesmo se eu não entender tudo o que nele está
escrito, isto se ocorre em virtude de minha incapacidade. Eu não posso ser
juiz das verdades nele contida em razão da incompreensão por parte de minha
mente; usando-me mais da fé que da racionalidade, eu as considero apenas
superiores a minha compreensão.” São Jeronimo se expressa da mesma maneira
relativamente ao Apocalipse: “Nele há tantos mistérios quanto palavras.
Mas o que estou dizendo eu é que qualquer elogio a este livro estará sempre
aquem de seu verdadeiro valor.”
O
Apocalipse não é lido durante a celebração da Liturgia porque antigamente
a leitura das Sagradas Escrituras sempre era seguida por uma explicação, porém
o Apocalipse é bastante complexo de explicar.
O autor do Apocalipse se denomina João (Apo. 1:1, 4 e 9, e 22:8). Na
opinião de todos os Santos Padres da Igreja, ele era o Apóstolo João, discípulo
amado de Cristo, que recebera, em razão da profundidade de seus estudos sobre
a Palavra de Deus, o cognome “Teólogo.”
Sua autoria também é substanciada de forma efetiva no próprio
Apocalipse, por muitos indícios internos e externos. e pena inspirada de João,
o Teólogo, atribui-se um dos Evangelhos e três Epístolas. O autor do
Apocalipse afirma ter estado na ilha de Patmos, “por
causa da Palavra de Deus e do testemunho de Jesus Cristo” (Apoc.1:9).
Atraves da história da Igreja sabemos que de todos os Apóstolos, São João
o Teólogo, foi sujeitado a encarceramento nesta ilha.
A
prova da autoria do Apocalipse ser de São João o Teólogo está na semelhança
deste livro com o seu Evangelho e as Epístolas, semelhança não só em espírito,
mas também de estilo, e especialmente no uso de certas expressões características.
Por exemplo, o sermão Apostólico aqui é denominado como “Testemunho”
(Apoc. 1:2-9; 20:4; vide também João 1:7; 3:11; 21:24; e 1 João 5:9-11). O
Senhor Jesus Cristo é chamado “Verbo” (Apoc. 19:13 e João 1:1-14 e 1 João
1:1) e “o Cordeiro” (Apoc. 5:6 e 17:14; e também João 1:36). As palavras
proféticas de Zacarias,"Então
eles olharão para mim a quem transpassaram” (Zac. 12:10), ambos, no
Evangelho e no Apocalipse, são citados da mesma maneira, de acordo com a
tradução grega dos “Setenta” (Apoc. 1:7 e João 19:37, tradução de
Septuagint). Algumas diferenças de linguagem entre o Apocalipse e outros
escritos do Apóstolo São João, são explicadas como sendo diferenças de
contexto como também por circunstâncias que originaram os escritos do Apóstolo
São João, que sendo judeu de nascença e, embora tendo conhecimento do
idioma grego, achava-se encarcerado e longe da influencia do grego falado,
naturalmente imprimiu no Apocalipse influências de sua língua nativa. Saltam
aos olhos do leitor imparcial do Apocalipse, na totalidade de seu conteúdo,
as evidencias da marca indelével da imensa espiritualidade do Apóstolo, seu
amor e compreensão.
Existe
unanimidade entre os Santos Padres em aceitar São João como o autor do
Apocalipse. Seu discípulo, Papias de Hierapolis, se refere ao autor do
Apocalipse como “João, o Ancião,” da mesma maneira que o Apóstolo se
refere a si próprio nas Epístolas (2 João 1:1 e 3 João 1:1). De grande
importância é também a opinião do Santo Mártir Justino, que viveu em
Efeso antes de sua conversão ao Cristianismo, lugar onde o Apóstolo João
habitou muitos anos antes. Muitos Santos Padres do segundo e terceiros séculos
citam o Apocalipse, como sendo um livro inspirado por Deus e escrito por São
João, o Teólogo. Um deles era Santo Hipólito, papa romano e discípulo de
Ireneu de Lion que escreveu uma apologia do Apocalipse. Clemente de
Alexandria, Tertuliano, e Origen também reconhecem São João como o autor do
Apocalipse. Estão igualmente convencidos disto outros Santos Padres que
viveram em tempos posteriores, como : São Efraim o sírio, Epiphanius, São
Basilio Magno, Hilário, Athanasius o Grande, Gregório o Teólogo, Didymus,
Ambrosio de Mediolano, Augustine o Santificado, e Jerome o Santificado. O trigésimo
terceiro cânon do Concílio de Cartago, atribuindo o Apocalipse a São João
o Teólogo, coloca-o junto a vários outros livros canônicos das Sagradas
Escrituras. e de suma importância o testemunho de Ireneu de Lions atribuindo
a autoria do Apocalipse a São João, o Teólogo porque São Ireneu era discípulo
de São Policarpo de Smirna, que por sua vez era discípulo direto de São João,
o Teólogo e sob sua orientação apostólica direta chefiava a Igreja de
Smirna.
Antigas tradições estabelecem que o Apocalipse foi escrito no fim do
primeiro século. Por exemplo, São Irineu escreve : “O Apocalipse surgiu
pouco antes disto e quase em nosso tempo, nos fins do reinado de Domiciano.”
O historiador Eusébio (no começo do quarto século) informa-nos que
escritores pagãos contemporâneos fazem menção do tempo do exílio de São
João para Patmos por divulgar a Palavra de Deus, e fixam este evento no décimo
quinto ano do reinado de Domiciano (81-96 D.C.).
Assim,
o Apocalipse teria sido escrito ao término do primeiro século, quando cada
uma das sete igrejas da Ásia Menor, a quem São João dirigiu suas epístolas,
já possuíam sua própria história e de um modo ou de outro, já tinham
determinado a direção de sua vida religiosa. O Cristianismo entre elas já não
estava em seu estado original de pureza e verdade, e um pseudo-cristianismo
estava tentando competir com o verdadeiro. Ao que tudo indica, a atuação do
Apóstolo Paulo, que dedicou muito tempo pregando em Êfeso tornou-se lembrança
de um passado distante. Os cronistas eclesiásticos dos tres primeiros séculos,
são concordes no que diz respeito ao local onde foi escrito o Apocalipse, o
qual eles reconhecem ser a ilha de Patmos, mencionada pelo próprio Apóstolo,
como sendo o lugar onde ele recebeu a Revelação (Apoc. 1:9-11). Patmos fica
situado no Mar Egeu, ao sul da cidade de Êfeso e durante tempos antigos era
lugar de exílio.
Nas
primeiras linhas do Apocalipse, São João indica o propósito da Revelação:
predizer o destino da Igreja de Cristo e da humanidade. A missão da Igreja de
Cristo era reavivar o mundo com sermões Cristãos, plantar nas almas dos
homens a verdadeira fé em Deus, ensinar-lhes a viver com retidão, e
mostrar-lhes o caminho para o Reino dos Ceus. Porém, nem todos receberam a
pregação Cristã de coração aberto. Alguns dias depois de Pentecostes, a
Igreja encontrou hostilidade e oposição consciente ao Cristianismo, no princípio
por parte do clero e dos escribas judeus, e posteriormente dos judeus
descrentes e pagãos.
Já
no primeiro ano do Cristianismo, teve início a perseguição sangrenta dos
pregadores do Evangelho. Lentamente estas perseguições começaram a assumir
forma organizada e sistemática. Jerusalém veio a ser o primeiro centro de
combate ao Cristianismo. Por volta do Ano 50 do primeiro século, Roma,
governada pelo Imperador Nero (54-68 D.C.), juntou-se aos perseguidores do
cristianismo. As perseguições começaram então em Roma, onde o sangue de
muitos cristãos foi derramado, inclusive o dos Apóstolos Pedro e Paulo. Ao
final do primeiro século, intensifica-se a perseguição aos cristãos. O
Imperador Domiciano decreta que se faça perseguição sistemática aos cristãos,
inicialmente na Ásia Menor e posteriormente em todo o Império romano. São
João o Teólogo, foi chamado para Roma, onde foi lançado em um caldeirão
com óleo fervente mas permaneceu incólume. Domiciano então exilou São João
para a ilha de Patmos onde o Apóstolo recebeu a Revelação quanto aos
destinos da Igreja e o mundo inteiro. Com algumas breves interrupções, as
perseguições sangrentas à Igreja continuaram até o ano 313, quando o
Imperador Constantino proclamou o Édito de Milão, permitindo a prática
religiosa.
Em
decorrência do início das perseguições, São João escreve o Apocalipse
para consolar, ensinar, e fortalecer os cristãos em sua fé. Ele revela as
intenções secretas dos inimigos da Igreja, personificando-os como feras que
emergem do mar (como representante do poder secular hostil) e na besta saída
do interior da terra, o falso profeta (como o representante do poder hostil
pseudo-religioso). Denuncia também, o responsável pela luta contra a Igreja
— o demônio. Este antigo dragão que catalisa as forças anti-religiosas e
as direciona contra a Igreja. Porém, os sofrimentos dos que creem não são
em vão. Pela lealdade e paciência deles para com Cristo, eles recebem a
recompensa merecida no Reino dos Ceus. No tempo designado por Deus, as forças
hostis antagônicas da Igreja serão levadas a julgamento e receberão o
castigo merecido. Depois do Juízo Final e do castigo dos ímpios, teve início
a bem aventurada vida eterna.
O
propósito de escrever o Apocalipse, era retratar a luta futura da Igreja
contra as forças do mal; mostrar os métodos que o demônio, com a cooperação
de seus servos, usa na guerra contra a bondade e a virtude; orientar o cristão
em como superar as tentações; retratar o perecimento dos inimigos da Igreja
e mostrar o triunfo final de Cristo sobre o mal.
O apocalipse sempre atraiu a atenção dos cristãos, especialmente nos
tempos em que várias desgraças e tentações ameaçavam perturbar a vida da
comunidade e da Igreja. Entretanto, o simbolismo e os mistérios deste livro
fazem-no uma obra de difícil compreensão, e assim sempre existe um risco
para os intérpretes imprudentes em ultrapassar os parâmetros da verdade em
direção a esperanças e crenças impossíveis. Por exemplo, a compreensão
literal da obra dava e ainda dá origem ao falso ensinamento do reinado de mil
anos do Reino de Cristo na terra. Os horrores das perseguições já no
primeiro século, levaram alguns cristãos a interpretar o Apocalipse e
concluir que estavam vivendo os “Últimos Dias” e que a segunda vinda de
Cristo era iminente.
Durante os últimos vinte séculos, surgiram as mais variadas interpretações
do Apocalipse. Todas estas interpretações podem ser divididas em quatro
classes:
A
primeira, designa as visões e símbolos do Apocalipse aos “Últimos
Dias,” o fim do mundo, a vinda do anticristo e a Segunda Vinda de Cristo.
A
segunda, atribui ao Apocalipse um significado puramente histórico e confina
suas visões para eventos históricos ocorridos no primeiro século: a
perseguição dos cristãos por parte dos imperadores pagãos.
A
terceira, tenta encontrar as realizações das previsões Apocalípticas nos
eventos históricos de seu tempo. Em tal interpretação, por exemplo, o papa
de Roma seria o anti-cristo e todas as calamidades Apocalípticas são previsões
feitas apenas para a Igreja de Roma.
Finalmente,
a quarta classe vê o Apocalipse como alegoria, considerando que as visões
nele descritas possuem caráter mais moral que profético. Como veremos
adiante, estes pontos de vista do Apocalipse não se excluem, mas apenas se
complementam.
O
Apocalipse se pode ser entendido corretamente no contexto das Sagradas
Escrituras. A especificidade de várias visões proféticas, tanto do Velho,
quanto do Novo Testamento, encontram-se no princípio da união de certos
fatos históricos numa determinada época. Em outras palavras, eventos
espiritualmente relacionados, separados por vários séculos e até mesmo milênios,
fundem-se em uma única visão profética, unindo dentro de si mesmo os
elementos de vários períodos históricos.
Como
um exemplo de tal síntese, podemos citar as palavras proféticas do Salvador
sobre o fim do mundo. Aqui, o Senhor fala simultaneamente sobre a destruição
de Jerusalém, que aconteceria cerca de trinta e cinco anos após sua
crucificação e dos tempos que precedem a Sua segunda vinda (Mat. 24, Mar.
13, Luc. 21). A razão para tal unificação de eventos consiste no fato de
que o primeiro ilustra e esclarece o segundo.
Não
raro, profecias do Velho Testamento falam simultaneamente das mudanças benéficas
da sociedade humana durante o tempo do Novo Testamento e da vida nova no Reino
de Deus. Neste caso, o primeiro serve como início do segundo (Isa. 4:2-6,
11:1-10 e capítulos 26, 60 e 65; Jer. 23:5-6, 33:6-11; Hab. 2:14; Sof.
3:9-20). Antigas profecias referentes e destruição da Babilônia caldaica
falam também, simultaneamente, da destruição do reinado do anticristo (Isa.
Cap. 13-14 e 21; Jer. Cap. 50-51). Existem muitos exemplos semelhantes de fusão
de eventos em uma profecia. Tal método de unificação de fatos de acordo com
sua identidade substancial, é usado para ajudar aos que crêem, no
entendimento da essência dos fatos com base em eventos já conhecidos,
deixando de lado os detalhes históricos secundários e sem importância.
Como
veremos adiante, o Apocalipse compõem-se de uma série de visões
multi-facetadas. O profeta apresenta o futuro baseando-se em uma perspectiva
de passado e de presente. Por exemplo, a besta de muitas cabeças dos capítulos
13 e 19 corresponde ao anticristo e aos que o precederam. Antíoco Epifanes
(descrito pelo profeta Daniel e citado nos dois primeiros livros dos
Macabeus), corresponde tanto aos imperadores romanos Nero e Domiciano (que
perseguiram os Apóstolos de Cristo), quanto aos inimigos futuros da Igreja.
Duas
testemunhas de Cristo no capítulo 11 — são os acusadores do anticristo
(Enoque e Elias)- bem como o são seus sucessores, os Apóstolos Pedro e
Paulo, e todos os outros pregadores do Evangelho que cumprem sua missão de
proclamar o Evangelho em um mundo hostil ao Cristianismo. O falso profeta
citado no capítulo 13 e a personificação de todos o propagandistas de
falsas religiões (Agnosticismo, Islamismo, Hinduísmo, materialismo e vasta
gama de heresias); dentre os quais, o representante mais marcante será o
falso profeta contemporâneo ao anticristo. Para entender por que o Apóstolo
João uniu fatos diversos e várias pessoas em uma única imagem, tem-se que
levar em conta o fato de que o Apocalipse não foi escrito somente para
contemporâneos, mas também para cristãos de todos as épocas, que teriam de
suportar perseguições e tristezas análogas. O apost. João descobre os métodos
comuns de sedução bem como mostra os modos corretos de evita-los, para
permanecermos fiéis a Cristo até a morte.
De
maneira semelhante, o Juízo Final repetidamente mencionado no Apocalipse, é
o Juízo Final propriamente dito, como também todos os Juízos individuais de
Deus aplicados sobre nações diferentes e indivíduos. Inclui-se aí o Juízo
de todo o gênero humano durante o tempo de Noé e o Juízo das cidades de
Sodoma e Gomorra no tempo de Abraão; o Juízo do Egito durante o tempo de
Moisés e o duplo Juízo aplicado a Judeia (em 600 A.C. e novamente nos anos
70 D.C.), o Juízo da antiga Nenive, da Babilônia, do Império Romano, de Bizâncio,
e, recentemente, da Rússia. As razões que evocaram o justo castigo de Deus
sempre eram as mesmas: desobediencia às leis de Deus e falta de fé.
No
Apocalipse é perceptível uma atemporaneidade de eventos. Isto é devido ao
fato de que São João contemplou o destino do gênero humano de uma
perspectiva Divina para a qual o Espírito de Deus o tinha elevado. Num mundo
ideal, junto ao trono do Todo-Poderoso, extingue-se a corrente temporal e
diante da visão espiritual surge o presente, passado, e futuro
simultaneamente. Provavelmente, esta é a razão que leva o autor do
Apocalipse a descrever alguns eventos futuros como sendo do passado e outros
passados como sendo presentes. Por exemplo, a guerra dos anjos nos Ceus e a
expulsão do demônio dele — eventos ocorridos antes da criação do mundo
— são descritos por São João como se eles tivessem ocorrido às vésperas
do Cristianismo (Apoc. cap. 12). porém, a ressurreição dos mártires e sua
bem-aventurança no reino dos Ceus, que aborda toda a época do Novo
Testamento, é citada por ele
depois do julgamento do anticristo e dos falsos profetas (Apoc. cap. 20).
Assim, o Observador não fala da sequência cronológica dos eventos, mas
revela a essência da imensa luta do mal contra o bem, que é travada
simultaneamente em várias frentes e abrange tanto o universo material quanto
o mundo angelical.
Indubitavelmente,
algumas das profecias Apocalípticas já tiveram lugar (por exemplo, as
relativas ao destino das sete Igrejas da Ásia Menor). As profecias já
cumpridas deveriam nos ajudar a entender as restantes que ainda estão por
acontecer. Porém, aplicando as visões Apocalípticas a esses ou outros
eventos específicos, é necessário ter em mente que estas contem em si
elementos de várias épocas. Somente com a conclusão de todos os destinos do
mundo e com o castigo do último dos inimigos de Deus, é que todos os
detalhes das visões Apocalípticas serão concretizados.
O
Apocalipse foi escrito pela inspiração do Espírito Santo. Sua correta
compreensão tem por maior empecilho o afastamento do gênero humano da
verdadeira fé e da vida Cristã, o que contribui para o entorpecimento da
mente e para uma perda total da perspectiva espiritual, o que torna muito difícil
qualquer entendimento correto do Apocalipse. A devoção total do homem
contemporâneo às paixões pecadoras, servem de causa para que alguns intérpretes
atuais do Apocalipse queiram ver nele uma simples alegoria e até mesmo a
ensinar que a Segunda Vinda de Cristo seria um eufemismo. Eventos históricos
do nosso tempo convencem-nos de que ver meras alegorias no Apocalipse é ser
espiritualmente cego, tantos são os acontecimentos que lembram das imagens
terrificantes e visões do Apocalipse.
O
método de exposição do Apocalipse é mostrado no diagrama abaixo. Pode-se
ver que o Apóstolo revela várias esferas da existência simultaneamente. A
esfera superior pertence ao mundo angelical, a Igreja, triunfante, no Céu, e
a Igreja perseguida na terra. Encabeça e dirigi esta esfera de bondade o
Senhor Jesus Cristo — Filho de Deus e Salvador dos homens. Abaixo está a
esfera do mal: o mundo descrente, os pecadores, falsos profetas, aqueles que
conscientemente se opõem a Deus (Teomaquia), e demônios. Dirigindo tudo isto
está o dragão, o anjo caído. Ao longo de toda a existência do gênero
humano, estas esferas combatem entre si. São João, em suas visões, vai
descobrindo gradualmente ao leitor as várias facetas da batalha entre Bem e
Mal e revela o processo do livre arbítrio do gênero humano como resultado do
qual alguns pendem para o lado do bem, enquanto outros vão para o lado do
mal. Durante o desenvolvimento deste conflito, o Juízo de Deus é
constantemente aplicado sobre indivíduos e nações. Ao final do mundo, o
poder do mal aumentará tremendamente, e a Igreja na terra estará
extremamente debilitada e diminuída. Então o Senhor Jesus Cristo virá para
a Terra, todas as pessoas serão ressuscitadas, e o mundo experimentará o Juízo
Final. O demônio e seus seguidores serão condenados ao padecimento eterno,
enquanto que para os seguidores da verdade começará a vida eterna e abençoada
no Paraíso.
Após
uma leitura, o Apocalipse pode ser dividido do seguinte modo:
1.
Introdução e imagem de Nosso Senhor Jesus Cristo manifestado,
ordenando que João escrevesse a Revelação para as sete igrejas da Ásia
Menor (cap. 1).
2.
Cartas para as sete igrejas da Ásia Menor (caps. 2 e 3) nas quais,
simultaneamente com as instruções para estas igrejas, traçam-se os destinos
da Igreja de Cristo do tempo dos Apóstolos até o fim dos tempos.
3.
A visão de Deus sentado no Trono, do Cordeiro e da Divina Liturgia
Celestial (caps. 4 e 5). Esta Divina Liturgia Celestial é completada por visões
dos capítulos subsequentes.
4.
A partir do sexto capítulo, tem início a revelação do destino do gênero
humano. O rompimento dos sete selos, pelo Cordeiro de Deus, do livro sagrado,
do início as várias fases da luta entre o Bem e o Mal, entre a Igreja e o
demônio. Esta guerra, que começa na alma dos homens, alastra-se em todas as
direções da vida humana, acirrando-se, fortalecendo-se e assumindo formas
cada vez mais assustadoras (até cap. 20).
5.
O soar dos sete clarins angelicais (caps. 7-10) anunciam o começo das
calamidades que devem atingir o gênero humano por sua incredulidade e por
seus pecados. Descrevem-se danos e natureza e o surgimento de forças malignas
no mundo. Antes do início destes infortúnios, os crentes recebem na fronte
(na testa) uma marca santificada, que os protege do mal moral e do destino dos
infiéis.
6.
A visão dos sete símbolos (caps. 11-14) descreve o gênero humano
dividido em duas frentes opostas e irreconciliáveis — a do Bem e a do Mal.
As forças do Bem estão concentradas na Igreja de Cristo, representadas aqui
na forma de uma Mulher vestida com o sol (cap. 12), e as forças do Mal — no
reino da besta, do anticristo. A besta que sobe do mar é o símbolo do
maligno poder secular, e a besta que sobe da terra é o símbolo do poder
religioso deteriorado. Nesta parte do Apocalipse, pela primeira vez é citado
claramente um ser consciente e maligno, o dragão-demônio que organiza e
dirige a guerra contra a Igreja. Duas testemunhas de Cristo simbolizam aqui os
pregadores do Evangelho que batalham com a besta.
7.
A visão dos sete cálices (caps. 15-17), apresenta um quadro tenebroso
da decadência moral global. A guerra contra a Igreja fica extremamente tensa
(Armagedon — Apoc. 16:16) — as provações insuportáveis. A imagem da
Babilônia como meretriz depravada representa o gênero humano que abandonou
à Deus e que está concentrado na capital do reino da besta, o anticristo. A
força do mal espalha sua influência e todos os campos da vida da humanidade
pecadora, após o que tem início o julgamento de Deus contra as forças do
Mal (aqui, o julgamento de Deus contra a Babilônia é descrito em linhas
gerais, como uma forma de introdução).
8.
Nos capítulos seguintes (18 e 19), o julgamento da Babilônia é
descrito em detalhes. Aqui é apresentado o perecimento dos culpados em
espalhar o mal entre os homens — o anticristo e o falso profeta,
representantes tanto do poder civil, quanto do poder heretico anti-cristão.
9.
O vigésimo capítulo oferece a conclusão da guerra espiritual na história
universal. Fala da dupla derrota do demônio e do reinado dos mártires. Tendo
sofrido fisicamente, eles venceram no espírito e são benditos nos Ceus. Aqui
se enfoca todo o período de existência da Igreja, desde os tempos apostólicos.
Gog e Magog personificam a união de todas as forças (terrenas e não
terrenas) que sempre lutaram contra Deus e a Igreja (Jerusalém), ao longo de
toda historia Cristã. Eles são exterminados com a segunda vinda de Cristo.
Finalmente é condenado ao castigo eterno o diabo, esta velha serpente que deu
início a todas as mentiras, a desobediencia aos mandamentos e aos sofrimentos
no Universo. O fim do vigésimo capítulo, é uma descrição da ressurreição
dos mortos, do Juízo Final, e da condenação dos infiéis. Esta descrição
curta resume o Juízo Final do gênero humano e dos anjos caídos e traça a
conclusão da eterna guerra entre Bem e Mal.
10.
Os dois capítulos finais (21 e 22) descrevem o novo Céu, a nova
Terra, e a vida bem-aventurada dos justos. Estes são os capítulos mais
alegres e gloriosos da Bíblia.
Todo novo tópico do Apocalipse normalmente começa com as palavras “E
eu vi” e termina com a descrição do Juízo Final. Esta descrição indica
o fim do tópico anterior e o início de um novo. Entre as partes principais
do Apocalipse, o Observador insere, por vezes, algumas imagens intermediárias,
que servem de elos de ligação entre eles. O quadro aqui apresentado
demonstra a evidência do plano e das divisões do Apocalipse. Para não nos
estendermos demasiadamente, aglutinamos as observações intermediárias junto
com as principais. Analisando o quadro na horizontal, vemos como,
gradativamente se elucidam, cada vez com maior abrangencia, os seguintes
campos: o mundo Celestial; A Igreja perseguida na Terra; o mundo pecador em
oposição a Deus; o mundo subterrâneo; a luta entre eles, e o Juízo Final.
Os símbolos e
algarismos permitem ao observador atento, falar da essência dos eventos
terrenos em alto nível de generalização, por isso, utiliza-las fartamente.
Por exemplo, os olhos simbolizam o conhecimento; e muitos olhos simbolizam o
conhecimento perfeito. O chifre é o símbolo do poder, da força. Trajes
longos simbolizam o clero; a coroa, o poder imperial; o branco, limpeza ou
pureza; A cidade de Jerusalém, o templo, e Israel, a Igreja. Os algarismos
também tem um significado simbólico: três
simboliza a Trindade; quatro, o
universo e a ordem universal; sete
denota finalização e perfeição; doze,
o povo de Deus, a fruição da Igreja(o mesmo significado tem os algarismos
multiplos de 12, como 24 e 144.000). Um-terço
indica pequena parte, insignificante, de um todo; três
anos e meio, o período das perseguições. O número 666 especificamente,
será estudado mais adiante.
Os
fatos do Novo Testamento são descritos, com frequência, com base em fatos
semelhantes encontrados no Velho Testamento. Por exemplo, as perseguições da
Igreja são descritas tendo por fundo os sofrimentos dos Israelitas no Egito,
as tentações da época do Profeta Valaã, as perseguições por parte da
Rainha Jezebel, e a destruição de Jerusalém pelos Caldeus; A salvação dos
que creem, do demônio, é representada com base na salvação dos Israelitas
do faraó, na época do profeta Moisés; o poder anti-religioso corresponde a
imagem da Babilônia e do Egito; a punição destas forças é representada
pelas dez pragas do Egito; o demônio funde-se com a serpente que tentará Adão
e Eva; As futuras bençãos paradisíacas são representadas pelo Jardim do
eden e pela árvore da vida.
O
problema básico do autor do Apocalipse consiste em demonstrar o funcionamento
das forças do mau, quem as organiza e direciona na luta contra a Igreja; em
orientar e fortalecer os que creem na fidelidade para com Cristo; em retratar
a derrota total do diabo e seus súditos e o início das bençãos do paraíso.
Apesar
de todo o simbolismo e da hermeticidade do Apocalipse, as verdades religiosas
nele se encontram de modo extremamente claro. Por exemplo, o Apocalipse aponta
o demônio como sendo o culpado por todas as tribulações e desgraças do gênero
humano. As armas por ele usadas são sempre as mesmas: A incredulidade, a
desobediência para com Deus, o orgulho, os desejos pecaminosos, as mentiras,
o medo, as dúvidas, etc. Apesar de toda sua astúcia e experiência, o demônio
é incapaz de desgraçar os homens dedicados a Deus, do fundo de seus corações
pois Deus os protege pela sua graça. Já os que se afastaram de Deus, bem
como os pecadores, o demônio cada vez mais os escraviza, empurrando-os a todo
tipo de males e crimes. Ele os direciona contra a Igreja e com seu auxílio
estabelece violências e guerras no mundo. O Apocalipse mostra claramente que,
no final dos tempos, o demônio e seus seguidores serão derrotados e
castigados, a verdade de Cristo triunfará e, no mundo renovado, iniciar-se-á
uma vida de bençãos, eterna.
Após essa breve exposição do conteúdo e da simbologia do Apocalipse,
passemos a alguns dos seus pontos mais importantes.
(Caps.
2-3).
As sete Igrejas — Êfeso (2:1-7), Smirna (2:8-11), Pérgamo (2:12-17),
Tiatira (2:18-29), Sardes (3:1-6), Filadélfia (3:7-13), e Laodicéia
(3:14-22) — ficavam situadas na região do sudeste da Ásia Menor, (atual
Turquia). Foram fundadas pelo Apóstolo Paulo na quarta década do primeiro século.
Após seu martírio e morte, em Roma ao redor do ano 67 D.C., a coordenação
destas Igrejas coube ao Apóstolo João, o Teólogo que se encarregou delas
por um período de cerca de quarenta anos. Sendo encarcerado na Ilha de
Patmos, o Apóstolo João escreveu epístolas a estas igrejas, na tentativa de
preparar os cristãos para as perseguições vindouras. As epístolas são
dirigidas aos “anjos” destas igrejas, i.e., aos bispos.
Um
estudo cuidadoso das epístolas enviadas para as sete igrejas da Ásia Menor,
leva a pensar que nelas está traçado o destino da Igreja de Cristo, começando
no período Apostólico até o final dos tempos. Assim, o futuro caminho da
Igreja do Novo Testamento, desta “Nova Israel,” acha-se representado tendo
por fundo fatos importantíssimos de Israel do Velho Testamento, começando
pelo pecado que causou a expulsão do paraíso e o final dos tempos dos
fariseus e saduceus, no período do Senhor Jesus Cristo. O Apóstolo João
utiliza-se de eventos do Velho Testamento na categoria de predecessores dos
destinos da Igreja do Novo Testamento. Assim, nas epístolas dirigidas as sete
igrejas mesclam-se três elementos:
a)
conjuntura contemporânea ao autor e o porvir de cada uma das Igrejas da Ásia
Menor; b) uma interpretação nova, mais profunda da história do Velho
Testamento; c) os futuros destinos da Igreja. O amalgama destes três
elementos, nas epístolas dirigidas para as sete igrejas, encontra-se
sumarizado no quadro anexo.
Notas:
A Igreja de Êfeso era a de maior número de adeptos, possuindo status de
Metropolitana com relação as demais igrejas da Asia Menor. Em 431 D.C., em
Êfeso, teve lugar o Terceiro Conselho Ecumênico. Aos poucos, a chama do
cristianismo na Igreja de Êfeso foi se extinguindo conforme as previsões do
Apóstolo João. Pérgamo constituía-se em centro político do ocidente da
Asia Menor, onde dominava o paganismo com seus cultos pomposos divinizando os
imperadores pagãos. Numa colina próxima de Pérgamo, alteava-se grandioso um
monumento de sacrifícios pagãos, mencionado no Apocalipse como “o trono de
Satã” (Apo. 2:13-17). Os Nicolaítas representavam os antigos críticos-agnostas.
A Gnose veio a se constituir em grande tentação para a Igreja nos primeiros
séculos do Cristianismo. O campo propício para o desenvolvimento das idéias
Gnósticas veio a ser a cultura do sincretismo surgido no Império de
Alexandre da Macedônia, (Alexandre, o Grande) unindo o Ocidente ao Oriente. A
visão religiosa do mundo oriental, com sua crença na eterna batalha entre os
princípios do Bem e do Mal, do espírito e da matéria, do corpo e da alma,
da Luz e das Trevas, unida ao método especulativo da filosofia grega,
originou várias correntes gnósticas para as quais era característica a
imagem da origem do mundo emanando do “Absoluto'' e dos inúmeros degraus da
criação, ligando o universo ao Absoluto. É evidente que com a divulgação
do Cristianismo no meio helenístico, surgiu o perigo da sua interpretação
na terminologia gnóstica e a mudança dos ensinamentos Cristãos num dos
sistemas religioso-filosóficos gnosticos. Jesus Cristo era para os adeptos da
gnose, um dos intermediários entre o Absoluto e o universo.
Um
dos primeiros divulgadores do gnosticismo entre os cristãos foi um certo
Nicolau, daí os “Nicolaítas” do Apocalipse. (Supõem-se ter sido este
Nicolau que, entre outros seis homens eleitos, foi ordenado pelos Apóstolos
diácono — ver Atos 6:5.). Deformando a fé Cristã, os gnósticos
encorajavam a decadência moral. Desde meados do primeiro século, na Asia
Menor, floresceram algumas de suas seitas. Os Apóstolos Pedro, Paulo e Judas
preveniam aos cristãos para não caírem na rede destes hereges depravados.
Representantes proeminentes da Gnose eram os hereges Valentim, Marcio, e
Vassili, contra quem se opuseram os Apóstolos e os Santos Padres da Igreja.
As
antigas seitas gnosticas já haviam desaparecido há muito, mas, o gnosticismo
como mescla de diversas escolas, de várias nacionalidades filosófico-religiosas
existe até os nossos dias na teosofia, cabala, maçonaria , Hinduísmo
contemporâneo, ioga e vários outros cultos.
(Caps.
4-5).
São João teve a Revelação no “Dia do Senhor” quer dizer, no
domingo. Deve-se entender que neste dia, como era o costume dos Apóstolos,
ele “partiu o pão” i.e., celebrou a Divina Liturgia, comungou, e por isso
“estava em estado de graça,” significando que ele estava em um estado
especial de inspiração (Apo. 1:10). E assim, a primeira coisa que teve a graça
de ver, foi como que a continuação da Liturgia por ele celebrada — a
Liturgia celestial. É esta celebração que o Apóstolo João descreve no
quarto e quinto capítulos do Apocalipse. O Cristão Ortodoxo reconhece aqui
as características familiares da Liturgia dominical e os principais objetos
existentes no altar: o Santo dos Santos, o candelabro de sete braços, o turúbulo
com incenso fumegante, o cálice dourado, etc. (tais objetos mostrados a Moisés
no Monte Sinai, também foram usados no templo do Velho Testamento). O sacrifício
do Cordeiro de Deus, tal qual visto pelo Apóstolo, lembra ao indivíduo que
crê, a comunhão na forma de pão sobre o altar; as almas dos martirizados
por causa da Palavra de Deus, sob o altar divino evocam ao Antimins,
um tecido especial colocado sobre o altar e no qual são costuradas relíquias
dos santos mártires. O celebrante hierarquicamente superior, em paramentos
claros, com coroas douradas encimando suas cabeças, lembra o conjunto do
clero concelebrando a Divina Liturgia. É digno de nota, que as mesmas invocações
e orações ouvidas pelo Apóstolo exprimem a quintessência das invocações
e orações que os clérigos e o côro recitam durante a parte principal da
Liturgia — o Cânone Eucarístico. A tintura dos paramentos dos piedosos
pelo “sangue do Cordeiro” (Cap. 7), alude para a consagração das almas
dos crentes pelo Sacramento da comunhão. Deste modo, o Apóstolo inicia a
revelação dos destinos do gênero humano, a partir da descrição da Divina
Liturgia, acentuando assim o significado espiritual da Liturgia e a
necessidade das santas orações dos santos para nós.
Nota:
As palavras “Judá é filhote
de leão” referem-se a Jesus Cristo e nos fazem lembrar da profecia de
Jacó, relativo ao Messias (Gen. 49:9-10). Os “Sete
Espíritos de Deus” referem-se e plenitude das dádivas do Espírito
Santo (Isa. 11:2 e Zac. cap. 4). Os numerosos olhos simbolizam a omnisciencia.
Os vinte e quatro anciãos correspondem as vinte e quatro sucessões
sacerdotais estabelecidas pelo Rei Davi para o serviço no templo, tendo dois
representantes para cada geração da Nova Israel (1 Par. 24:1-18). As quatro
criaturas misteriosas que cercam o trono assemelham-se as criaturas vistas
pelo profeta Ezequiel (Eze. 1:5-19). Ao que tudo indica são criaturas, as
mais próximas de Deus. Estas imagens são de um homem, um leão, um bezerro,
e uma águia e foram adotados pela Igreja na categoria de símbolos dos quatro
Evangelistas.
Numa
descrição posterior do mundo celeste, encontramos uma infinidade de coisas
que são incompreensíveis a nós. O Apocalipse nos ensina que o universo
angelical é extremamente vasto. Espíritos imateriais, os anjos, são criados
do mesmo modo que os homens pelo sábio Criador, são dotados de intelecto e
livre arbítrio, embora seus dotes espirituais excedem em muito, os nossos. Os
anjos são totalmente dedicados a Deus e servem-no orando e satisfazendo toda
e qualquer vontade Sua. Por exemplo, eles elevam ao altar de Deus as preces
dos santos (Apo. 8:3), colaboram com os justos na conquista da salvação
(Apo. 7:3, 14:6-10, 19:9), simpatizam com os sofredores e os perseguidos (Apo.
8:13, 12:12), e executam as ordens de Deus castigando os pecadores (Apo. 8:7,
9:15, 15:6, 16:1). são dotados de poder e tem soberania sobre a natureza e
seus elementos (Apo. 10:1, 18:1). Combatem satã e seus demônios (Apo.
12:7-10, 19:9, 20:2-3), e participam do julgamento dos inimigos de Deus (Apo.
19:4).
O
ensinamento do Apocalipse relativo ao universo angelical opõem-se,
radicalmente aos dos antigos Gnósticos que aceitavam a presença de entidades
intermediarias (elos) entre o Absoluto e o mundo real, que, sem qualquer
dependencia dele, governam o universo.
Dentre
os santos que o Apóstolo João vê
nos Céus, sobressaem dois grupos ou duas “imagens”: são os mártires e os castos.
Historicamente, o martírio é o primeiro grau de santidade, e por isso o Apóstolo
toma-o por ponto de partida (Apo. 6:9-11). Ele vê as almas dos mártires sob
o Altar Celestial do Sacrifício simbolizando a remissão de seu martírio
pelo qual participaram dos sofrimentos de Cristo e de alguma maneira os
complementaram. O sangue dos mártires pode ser comparado ao sangue das vítimas
do Velho Testamento, escorrendo no altar de sacrifícios no templo de Jerusalém.
A história da Cristandade testemunha que o sofrimento dos antigos mártires
serviu para a renovação moral do apático mundo pagão. Tertuliano, escritor
da Antiguidade, afirma ser o sangue dos mártires uma semente para os novos
cristãos. As perseguições aos que creem, ora diminuem ora aumentam no
correr da existência posterior da Igreja e por isso foi revelado ao
Observador, que caberá aos novos mártires complementar o número dos
anteriores.
Posteriormente,
o Apóstolo João vê nos Ceus uma inumerável multidão, de todas as tribos,
gerações, nações e línguas. Postados, trajados de branco empunhando ramos
de palmeira (Apo. 7:9-17). A inumerável assembléia de justos possuia um
ponto comum: “todos sofreram enormes
aflições.” O caminho que leva ao Paraíso é único, para todos: é o
das provações. Cristo é o primeiro Sofredor, tendo tomado a Si os pecados
do mundo como o Cordeiro de Deus. Os ramos da palmeira são o símbolo da vitória
sobre o demônio.
Numa
visão específica, o Observador descreve os castos, i.e., as pessoas que se
privam dos prazeres da vida conjugal para se dedicar, exclusivamente, ao serviço
de Cristo. São “eunucos voluntários”
decididos a conquistar o Reino dos Céus (Mat. 19:12, Apo. 14:1-5). Na Igreja,
semelhante feito, não raro concretiza-se na vida monástica. O Observador vê
inscrito nas frontes dos castos o “nome
do Pai,” indicando sua beleza espiritual e refletindo a perfeição do
Criador. O “hino novo” por eles
entoado, impossível de ser repetido por alguem, corresponde ao elevado grau
de espiritualidade que eles conquistaram pelo sacrifício do jejum, da oração
e da castidade. Constitui-se em pureza inatingível para os que levam um modo
de vida mundano.
O
cântico de Moisés entoado pelos piedosos na visão seguinte (Apo. 15:2-8),
lembra o hino de gratidão cantado pelos Israelitas quando, depois de cruzar o
Mar Vermelho, foram salvos da escravidão egípcia (Exodo, cap. 15).
Igualmente, a Israel do Novo Testamento salva-se do domínio e da influência
do demônio, adotando um modo de vida abençoado por meio do Sacramento do
Batismo. Nas visões seguintes, o Observador torna a descrever os santos. As
ricas vestes de alvo linho são o símbolo de sua retidão para com Deus. No
capítulo 19 do Apocalipse, o cântico nupcial dos justos prenuncia a aproximação
do “enlace” entre o Cordeiro e
os santos — i.e., da vinda da comunhão mais íntima entre Deus e os justos
(Apo. 19:1-9, 21:3-4). O livro do Apocalipse termina descrevendo a vida
santificada dos povos abençoados (Apo. 21:24-27, 22:12-14 e 17). São as páginas
mais gloriosas e alegres da Bíblia, mostrando a Igreja triunfante no Reino da
Glória.
Assim,
por revelação gradual do destino do mundo no Apocalipse, o Apóstolo João
direciona o olhar espiritual dos que creem para o Reino dos Céus — para a
meta final de nossa jornada terrestre. Fala, como que obrigado, de eventos difíceis
no mundo pecador demonstrando o desejo de evitá-los.
(Cap.
6).
A visão dos sete selos como que representa parte introdutória as revelações posteriores do Apocalipse. A remoção
dos quatro primeiros selos mostra quatro cavaleiros que simbolizam quatro
fatores característicos de toda história do gênero humano. Os dois
primeiros representam as causas, e os outros dois, as consequências. No
primeiro cavalo, o cavaleiro coroado “emergiu
para ser vitorioso.” Personifica os bons princípios, inatos e abençoados
com que o Criador dotou o ser humano: a imagem de Deus, a pureza espiritual e
a inocência, o desejo em atingir o bem e a perfeição, a capacidade de crer
e amar, alem dos “dons individuais” inerentes ao homem, bem como as graças
do Espírito Santo, recebidas na Igreja. Na concepção do Criador, estes bons
princípios devem “vencer,” i.e, determinar o futuro feliz da humanidade.
Porém, ainda no Eden o homem caiu frente ao tentador. A natureza maculada
pelo pecado, passou aos seus descendentes; por isso, desde os primeiros anos
de vida, os seres humanos já estão inclinados para pecar. Da repetição dos
pecados, reforçam-se a tendência para o mal. Assim, em vez de crescer
espiritualmente e se aperfeiçoar, cai sob a influência de ações
pecaminosas, torna-se invejoso e rancoroso. Da decadência interior advem a
vulnerabilidade do Homem com relação a todos os crimes (violências, guerras
e todos tipos de infortúnios).
A
ação destrutiva das paixões é simbolizada pelo corcel vermelho
ígneo bem como pelo cavaleiro que afastaram “a paz dos homens.” Sucumbindo aos seus próprios desejos
pecaminosos e desregrados, o ser humano desperdiça os talentos recebidos de
Deus, empobrecendo física e espiritualmente. Já no tocante a vida em
sociedade, o ódio e as guerras conduzem ao enfraquecimento e a decadência da
comunidade, a perda dos recursos espirituais e materiais. Esta decadência
interior e exterior do gênero humano é simbolizada pelo corcel preto
e seu cavaleiro, portando uma balança na mão. Assim, a perda total das graças
divinas conduz a morte espiritual e as consequencias últimas do ódio e das
guerras, arruinando a comunidade, causando a morte dos indivíduos. Este
triste destino do gênero humano é simbolizado pelo cavalo pálido.
Os
quatro cavaleiros do Apocalipse, representam em linhas gerais a história da
humanidade. No princípio, a vida abençoada dos nossos ancestrais no eden,
chamados a “reinar sobre a natureza (o cavalo branco); depois, sua queda em
desgraça (o cavalo vermelho ígneo), após o que a vida dos seus descendentes
tornou-se repleta de padecimentos pela aniquilação mútua (os corceis negro
e pálido). Os cavalos do Apocalipse também simbolizam a vida de várias nações
com seus períodos de prosperidade e declínio. Aí também se encontra a rota
vital de cada ser humano: com sua pureza e inocência infantil, suas grandes
capacidades potenciais que são obscurecidas pela juventude tempestuosa quando
o ser humano dissipa seu vigor, sua saúde e finalmente morre. Aí está também
a história da Igreja: a perseguição espiritual aos cristãos durante os
tempos Apostólicos e os esforços da Igreja para fortalecer a sociedade
humana. Surgem heresias e cismas na própria Igreja, perseguida pela sociedade
pagã. A Igreja debilita-se, retira-se as catacumbas, enquanto algumas das
igrejas regionais desaparecem totalmente. Assim, a visão dos quatro
cavaleiros associa fatores que caracterizam a vida da humanidade pecadora.
Este assunto será tratado com mais atenção em capítulos posteriores. Pela
remoção do quinto selo, o Observador mostra o lado bom das calamidades
sofridas pelo gênero humano. Cristãos que sofreram fisicamente, venceram
espiritualmente; agora eles estão no Paraíso (Apo. 6:9-11)! Os seus feitos
trouxeram-lhes recompensas eternas e reinam com Cristo, conforme o descrito no
capítulo vinte. A passagem para uma descrição mais detalhada dos
padecimentos da Igreja e o fortalecimento das ações contrárias a Deus, são
simbolizados pela remoção do sétimo selo.
(Caps.
7-11).
As trombetas angelicais predizem ao gênero humano, os padecimentos físicos
e espirituais. Mas, antes do seu início, o Apóstolo João vê um anjo
marcando as frontes dos filhos da Nova Israel (Apo. 7:1-8). Israel
representa a Igreja do Novo Testamento. As marcas simbolizam seleção e proteção
divina. Esta visão lembra o Sacramento da Crisma, quando, na testa do recém
batizado unge-se o “selo do Espírito Santo.” Lembra também o sinal da
cruz que protege “contra as forças do mal.” Pessoas que não são
protegidas pela divina marca sofrem a praga dos “gafanhotos”
saídos das entranhas da terra, i.e., do poder das forças demoníacas
(Apo. 9:4). O profeta Ezequiel descreve a mesma marca nos piedosos da velha
Jerusalém, antes de sua conquista pelos exércitos Caldeus. Então, como
agora, a marca misteriosa era colocada com o propósito de proteger os
piedosos do destino dos ímpios (Eze. 9:4). Com a chamada nominal das doze
tribos de Israel (Apo. ch. 7), a tribo de Dan foi propositadamente omitida.
Alguns veem nisto a origem do anticristo no seio desta tribo. Este pensamento
está baseado nas palavras enigmáticas do Patriarca Jacó relativo aos
descendentes futuros de Dan: “serpente junto ao caminho, víbora junto a vereda” (Gen. 49:17).
Assim,
a presente visão introduz a descrição subsequente das perseguições da
Igreja. A medição do templo de Deus, no capítulo onze, tem o mesmo
significado da marcação dos filhos de Israel: proteção dos filhos da
Igreja contra o mal. A Igreja de Deus, tal qual a Mulher vestida com a luz do
sol e a cidade de Jerusalém ,são símbolos diferentes da Igreja de Cristo. A
idéia básica destas visões é que a Igreja é Santa e é cara à Deus. Deus
permite as perseguições em função do aperfeiçoamento espiritual dos que
creem, mas protege-os contra a escravização do mal e do mesmo destino dos
descrentes.
Antes
da remoção do sétimo selo, há um silencio “de
cerca de meia hora” (Apo. 8:1). É a calmaria antes da tempestade que
balançará o mundo durante o tempo do anticristo. (Será que o atual processo
de desarmamento, resultante da derrocada do comunismo não corresponderia ao
intervalo que é dado aos homens para se converterem a Deus?) Antes do início
das calamidades, o Apóstolo João vê os santos orando ardentemente pela clemência
para com o gênero humano (Apo. 8:3-5).
Seguem-se
os sons das trombetas de cada um dos sete anjos e depois tem início as mais
variadas calamidades. A princípio, perece um terço da vegetação; então,
um terço de todos os peixes e outras criaturas marinhas; segue-se o
envenenamento dos rios e nascentes de água. A queda de granizo e fogo sobre a
terra, bem como de uma montanha incandescente e de uma estrela luminosa, ao
que tudo faz crer, indica as colossais dimensões destas calamidades. Não
estaria isso profetizando a contaminação global e a destruição da
natureza, tão evidente nos dias atuais? Em assim sendo, a catástrofe ecológica
atual prediz a vinda do anticristo. Deturpando cada vez mais a imagem de Deus,
o gênero humano deixa de valorizar e amar Seu mundo maravilhoso. Com os seus
próprios dejetos o gênero humano polui lagos, rios e mares. Derramamentos de
petróleo contaminam vastas expansões costeiras; destroem-se florestas e
selvas, exterminam-se várias espécies de animais, peixes e aves. Pela cruel
ganância, envenenando o meio ambiente faz perecer tanto os culpados quanto os
inocentes. As palavras “o nome da
terceira estrela é Absíntio e muitos pereceram da água porque ficou
amarga” o que nos faz lembrar da catástrofe de Chernobil porque
“Chernobil” quer dizer “Absíntio.” Mas o que significa o perigo que
atinge a terça parte do sol e das estrelas e seu eclipse?(Apo. 8:11-12).
Provavelmente trata-se da poluição atmosférica até as proporções em que
a luz do sol e das estrelas, atingindo a Terra, parece menos luminosa. (Por
exemplo, devido a poluição do ar em cidades como São Paulo, Los Angeles e
New York, o céu frequentemente apresenta-se de uma côr marrom-suja. Já a
noite, com exceção das mais luminosas, as estrelas são pouco visíveis.).
A
narrativa sobre os gafanhotos (a quinta trombeta, Apo. 9:1-11) saídos das
entranhas da terra, trata do fortalecimento da força demoníaca entre os
homens. Ela é encabeçada por “Apolleon”
que quer dizer “destruidor,” referindo-se ao diabo. A medida que os seres
humanos, devido sua falta de fé e seus pecados vão perdendo a graça Divina,
o vazio espiritual que neles se instala, é cada vez mais preenchido pela força
demoníaca, martirizando-os com dúvidas e diversas paixões.
A
trombeta do sexto anjo põem em movimento um grande exército de além do rio
Eufrates, o qual extermina um terço do gênero humano (Apo. 9:13-21). Na visão
Bíblica, o rio Eufrates denota a fronteira atrás da qual se fixam as nações
hostis a Deus e as que ameaçam Jerusalém com a guerra e o extermínio. Para
o Império romano, o rio Eufrates serviu de anteparo contra os ataques dos
povos orientais. O nono capítulo do Apocalipse, é escrito tendo como pano de
fundo a guerra cruel e sangrenta entre Judeus e Romanos, de 66 a 70 D.C.,
ainda viva na memória do Apóstolo João. Esta guerra teve tres fases (Apo.
8:13). A primeira, durou cinco meses, de maio a setembro de 66 (cinco meses
dos gafanhotos, Apo. 9:5 e 10). Teve por comandante dos exércitos romanos
Gasius Flor. A segunda fase durou de outubro a novembro de 66, quando o
governador sírio Cestius encabeçou quatro legiões romanas (quatro anjos
junto ao rio Eufrates, Apo. 9:14). Esta fase da guerra foi extremamente danosa
para os judeus. A terceira fase, comandada por Flavius Flavianum durou três
anos e meio, de abril de 67 D.C. a setembro de 70 D.C., e terminou com a
destruição de Jerusalém, o incendio do templo, e a diáspora dos judeus
pelo Império Romano. Estas batalhas sangrentas serviram de prelúdio as terríveis
guerras futuras, as quais se refere o Salvador em Seu sermão no monte das
oliveiras (Mat. 24:7). Nos atributos dos gafanhotos infernais e das hordas do
Eufrates, podem ser reconhecidas as armas contemporâneas de extermínio em
massa: tanques, canhões, bombardeiros e mísseis nucleares. Os capítulos
seguintes do Apocalipse, descrevem as guerras cada vez mais cruentas sempre
presentes em nossa história (Apo. 11:7, 16:12-16, 17:14, 19:11-19, e 20:7-8).
As palavras “secaram as águas do rio
Eufrates para que se abrisse o caminho aos reis do Oriente” (Apo.
16:12), podem indicar um perigo mais além do oriente,. Com isto, deve-se
levar em consideração, que o relato das guerras Apocalípticas possui
características de guerras reais mas, numa abordagem última, refere-se a uma
guerra espiritual, e os nomes próprios e as datas tem um significado alegórico.
O Apóstolo Paulo elucida: “Porque nós
não estamos nos insurgindo contra homens de carne e sangue, mas contra os
principados e potestades, contra os príncipes deste mundo tenebroso, contra
as forças espirituais do mal espalhadas nos ares” (Efe. 6:12).
O
vocábulo Armagedon é composto de
duas palavras: “Ar” em hebraico significa Planície
e “Megiddo” é uma localidade ao Norte da Terra Santa, próxima ao
monte Carmel onde, antigamente Barrack derrotou os exércitos comandados por
Sisara e o profeta Elias e executou mais de quinhentos sacerdotes de Baal.
(Apo. 16:16, 17:14; Juizes 4:2-16; 1 Reis 18:40). A luz destes eventos bíblicos,
Armagedon simboliza a derrota das forças anti-religiosas por Cristo. Os nomes
Gog e Magog no capítulo 20, lembram as profecias de Ezequiel a respeito da
invasão de Jerusalém por um número indeterminado de regimentos sob o
comando de Gog das terras de Magog (sul do mar Cáspio; Ezeq. cap. 38 e 39;
Apo. 20:7-8). Ezequiel atribui esta profecia aos tempos do Messias. No
Apocalipse, o cerco dos regimentos de Gog e Magog ao “local
dos santos e da cidade eleita (i.e, da Igreja)” e a destruição destes
regimentos pelo fogo Celestial, deve ser entendida pela derrota total das forças
contrárias a Deus, humanas e demoníacas, pela segunda vinda de Cristo.
No
tocante aos sofrimentos físicos e aos castigos dos pecadores frequentemente
citados no Apocalipse, o Observador explica que Deus os admite como uma lição
para trazer os pecadores ao arrependimento (Apo. 9:21). Mas, com mágoa o Apóstolo
menciona que os homens não atendem ao chamado de Deus, continuam pecando e
servindo aos demônios. É como se “mordendo
a isca” as pessoas estivessem se lançando para a própria morte.
(Apo. 11:2-12).
Os capítulos 10 e 11 ocupam lugar de transição entre as visões das
sete trombetas e dos sete selos. Nos dois testemunhos de Deus, alguns Santos
Padres veem os dois justos do Velho Testamento, Enoque e Elias, que voltarão
a terra antes do fim do mundo com a missão de revelar as mentiras do
anticristo e levar o gênero humano e lealdade para com Deus. Ou os dois
poderiam ser ainda Moisés e Elias. É sabido que Enoque e Elias foram levados
vivos para o Céu (Gen. 5:24, 2 Reis 2:11). As punições que estas
testemunhas imporão ao gênero humano, lembram os milagres executados pelos
profetas Moisés, Arão e Elias (Exo. caps. 7-12, 1 Reis 17:1, 2 Reis 1:10) Os
Apóstolos Pedro e Paulo, que haviam sido executados recentemente em Roma por
ordem de Nero, poderiam ter servido como protótipos das duas testemunhas
apostólicas para São João. Evidentemente, as duas testemunhas no
Apocalipse, simbolizam outras testemunhas de Cristo, divulgadoras do Evangelho
no hostil mundo pagão e que, não raro, terminam seu ministério com o martírio.
As palavras “Sodoma e Egito, onde até
mesmo nosso Senhor é crucificado,” indicam a cidade de Jerusalém, onde
sofreu nosso Senhor Jesus Cristo, vários profetas e muitos dentre os
primeiros cristãos.
(Caps.
12-14).
Quanto mais nos aprofundamos, maior se torna a nitidez com que o
Observador defini a divisão da humanidade em duas partes opostas: a Igreja e
o reino da besta. Nos capítulos precedentes, o Apóstolo João começou a
familiarizar os leitores com a Igreja, falando sobre os marcados, o templo de
Jerusalém e das duas testemunhas. O capítulo 12, mostra a Igreja em toda sua
glória Celestial e simultaneamente apresenta seu principal inimigo, o
diabo-dragão. A visão da Mulher, vestida com a luminosidade do sol e do dragão,
tornam óbvio que a guerra entre Bem e Mal vai alem das fronteiras do mundo
material e estende-se ao mundo dos anjos. O Apóstolo mostra que no mundo dos
espíritos imateriais existe um criatura má, dotada de consciência, que
trava uma luta desesperada contra os anjos e as pessoas dedicadas a Deus. Esta
guerra entre Bem e Mal, que ultrapassa toda a existência do gênero humano,
começou no universo angelical antes da criação do mundo terreno. Conforme já
foi dito, o Observador descreve esta luta em várias partes do Apocalipse, não
na sucessão cronológica mas em diferentes fragmentos ou frases.
A
visão da Mulher lembra ao leitor da promessa de Deus a Adão e Eva com relação
ao Messias (a Semente da Mulher), que decaptará a cabeça da serpente (Gen.
3:15). Seria possível pensar que no capítulo 12 a Mulher se refere e Virgem
Maria. Porém, das referencias posteriores, onde se fala nos demais
descendentes da Mulher (os cristãos),
é evidente que aqui deve ser considerado que a Mulher é a Igreja. O
brilho do sol que cerca a Mulher simboliza a perfeição moral dos santos e a
iluminação santificada da Igreja pelas graças do Espírito Santo. As doze
estrelas simbolizam as doze tribos da Nova Israel — quer dizer, a unidade
dos Cristãos. A agonia da Mulher durante o trabalho de parto, simboliza
sacrifícios, privações e sofrimentos dos servidores de Deus (profetas, Apóstolos,
e seus sucessores), suportados por eles durante a pregação do Evangelho no
mundo e durante a confirmação das virtudes Cristãs entre seus filhos
espirituais (os que foram batizados). São Paulo disse aos Gálatas: “ Filhinhos
meus, por quem eu sinto de novo as dores do parto, até que Jesus Cristo se
forme em vós” (Gal. 4:19).
O
Primogênito da Mulher, a quem foi dito: “Tu as governares (todas as nações)
com cetro de ferro” e o Senhor Jesus Cristo (Salmos 2:9, Apo. 12:5 e 19:15).
Ele é o Novo Adão, tornado cabeça da Igreja. O “extase” do Infante evidência
e ascensão de Cristo aos Céus, onde Ele sentou e “destra do Pai” e,
desde então, governa os destinos do mundo.
“O dragão, com sua cauda subtraiu dos Céus a terça parte das
estrelas e lançou-as sobre a terra” (Apo. 12:4). Os estudiosos entendem
que as estrelas indicam os anjos que o diabo, em seu orgulho, incitou a rebelião
contra Deus, tendo como resultado uma guerra no Céu. (Esta foi a primeira
revolução no universo!) O Arcanjo Miguel veio a frente dos anjos bons. Os
anjos que se revoltam contra Deus foram derrotados e não puderam permanecer
nos Céus. Afastando-se de Deus, transformaram-se em demônios. O seu reino,
as regiões inferiores, conhecido como inferno, tornou-se lugar de escuridão
e sofrimento. Conforme opinião dos Santos Padres, a guerra descrita pelo Apóstolo
João, aconteceu no mundo dos anjos antes da criação do mundo material. Isto
é apresentado aqui ao leitor para explicar que o “dragão” que perseguirá a Igreja em visões subsequentes do
Apocalipse, é o Anjo Caído “Lúcifer”
— eterno inimigo de Deus.”
Tendo
sofrido derrota nos Céus, o dragão com toda sua fúria lança-se contra a
Mulher (a Igreja). Suas armas são as mais variadas tentações dirigidas a
Mulher, assemelhando-se a um rio caudaloso. Porém, ela se salva das tentações
fugindo para o deserto, quer dizer, desistindo voluntariamente dos bens e das
comodidades terrenas com as quais o dragão tenta envolve-la. As duas asas da
Mulher são a prece e o jejum, pelos quais os cristãos se espiritualizam,
ficando imunes ao dragão que rasteja pela terra qual uma víbora (Gen. 3:14;
também Marcos 9:29). Convem lembrar que muitos cristãos zelosos, já a
partir dos primeiros séculos fixavam-se no deserto, abandonando literalmente
as cidades ruidosas repletas de tentações. Em cavernas remotas, em eremitérios
e mosteiros, dedicavam todo seu tempo a oração elevando seus pensamentos a
Deus e atingiram tal elevação espiritual ,que os cristãos de hoje são
incapazes de imaginar. O Monasticismo floresceu no Oriente entre o quarto e sétimo
séculos, quando em regiões desertas do Egito, Palestina, Síria e Asia
Menor, surgiram muitos eremitérios e mosteiros, com centenas e até milhares
de monges e freiras. Do Oriente Próximo, o monasticismo transferiu-se para o
monte Athos e, de lá, para Rússia onde, no período pré-revolucionário
havia mais de um milhão de mosteiros e eremitérios.
Nota:
“tempos, um tempo e metade de um tempo” — 1260 dias ou 42 meses
(Apo. 12:6-15) — expressão que corresponde a três anos e meio e,
simbolicamente indica o período das perseguições. O ministério público de
Cristo durou três anos e meio, bem como, as perseguições contra os cristãos
durante o reinado do Rei Antíoco Epifanes e dos Imperadores Nero e Domiciano.
Não obstante, as cifras do Apocalipse devem ser entendidas simbolicamente
(vide supra).
(Apo. caps.
13-14).
A maioria dos Santos Padres entende tratar-se do anticristo quando se
fala na “ besta saída do mar,” enquanto
que a “besta saída da terra” corresponde
ao falso profeta. O mar simboliza a multidão dos descrentes, sempre
turbulenta e agitada pelas paixões. Da narrativa posterior sobre a besta e da
narrativa paralela do profeta Daniel (Dan. caps. 7-8), convem concluir que
“a besta” representa a totalidade do Império do anticristo, opositor de
Deus. O aspecto externo do dragão-diabo e da besta saída do mar, a quem o
dragão passou seu poder, assemelham-se um ao outro. Seus atributos externos
falam da sua astúcia, crueldade e indecência moral. As cabeças e os chifres
da besta simbolizam as nações opositoras a Deus que compõem o Império do
anticristo, bem como seus governantes (os reis). A menção a um ferimento
mortal numa das cabeças da besta e da sua cura, é enigmático. No tempo
certo, os próprios eventos esclarecerão o significado destas palavras. A
base histórica para esta alegoria ,poderia ter servido de convicção a
muitos contemporâneos do Apóstolo João no sentido que Nero, assassinado,
voltou a vida e logo retornou as tropas Partas (que se achavam alem do rio
Eufrates (Apo. 9:14 e 16:12), para vingar-se dos inimigos. Poder-se-ia ver
nisso, uma indicação da derrota parcial do paganismo ateu pela fé Cristã e
uma indicação do renascimento do paganismo, durante o período de apostasia
geral do Cristianismo. (vide mais detalhes no texto Ensinamento
Cristão sobre o fim do mundo).
Nota:
há características comuns entre a besta do Apocalipse e as quatro bestas do
profeta Daniel que personificou os quatro Impérios pagãos da antiguidade
(Daniel cap. 7). A quarta besta refere-se ao Império Romano, e o décimo
chifre da última besta simbolizou o governante sírio Antíoco Epifanes —
protótipo do anticristo vindouro, a quem o Arcanjo Gabriel chamou “o
desprezível” (Dan. 11:21). As características e ações da besta apocalíptica
tem muito em comum com o décimo chifre citado por Daniel (Dan. 7:8-12, 20-25,
8:10-26, 11:21-45). Os primeiros dois livros dos Macabeus ilustram nitidamente
os tempos que precedem o fim do mundo.
Subsequentemente,
o Observador descreve a besta saída da terra e que, mais tarde, denomina de
falso profeta. Aqui, a terra simboliza a ausência total de espiritualidade
nos ensinamentos do falso profeta, impregnados de materialismo e luxúria. O
falso profeta seduz as pessoas com falsos milagres e obriga-as a se curvarem
diante da primeira besta. “Possuia
dois chifres, parecendo cordeiro, mas falava como dragão,” (Apo.
13:11); isto é, parecia submisso e pacífico mas suas falas estavam repletas
de lisonja e mentiras.
Como
no capítulo 11, as duas testemunhas simbolizam todos os servos de Cristo. É
evidente que as duas bestas do capítulo 13, simbolizam a união de tudo que
repudia o Cristianismo. A besta saída do mar é o símbolo do poder civil
descrente de Deus e a besta saída da terra é a união dos falsos profetas e
de todas as autoridades eclesiásticas corrompidas.
Assim
como no tempo da vida terrena do Salvador, os dois poderes — civil e
religioso — personificados em Pilatos e no alto clero judaico, uniram-se
para condenar Cristo a crucificação, também ao longo da história da
humanidade, não raro, estes dois poderes se unem no combate a fé e na
perseguição dos crentes. Exemplo: Valaã e o rei dos Mohabitas; a rainha
Jezebel e seus sacerdotes; os falsos profetas e príncipes antes da destruição
de Israel e, mais tarde, “os apóstatas” e o Rei Antíoco Epifanes (Dan.
8:23, 1 Mac. e 2 Mac. cap. 9), e finalmente os seguidores da lei Mosaica e os
administradores romanos no tempo dos Apóstolos. Nos primeiros séculos do
Cristianismo, os hereges e falsos professores enfraqueceram a Igreja com
cismas e assim favoreceram as conquistas árabes e turcas, cuja invasão
arruinou a Igreja Oriental Ortodoxa Cristã. Os livre-pensadores russos e os
populistas prepararam o campo para a revolução; os pseudo-profetas contemporâneos
corrompem os cristãos titubiantes na sua fé, atraindo-os para várias seitas
e cultos. Todos eles são falsos profetas que colaboram com o sucesso das forças
que lutam contra Deus. O Apocalipse descobre o apoio mútuo entre o dragão-diabo
e as duas bestas. Cada qual possui seus próprios interesses egoístas : o
diabo anseia pela obediência dos homens; o anticristo busca poder; e o
falso-profeta, o ganho material. A Igreja, conclamando as pessoas para que
tenham fé em Deus e fortaleçam suas virtudes, torna-se um obstáculo a eles,
combatendo-os solidariamente.
(Apo. 13:16-17,
14:9-11, 15:2, 16:20, 20:4).
Na
linguagem das Sagradas Escrituras, estar marcado ou ter sobre si um selo,
significa pertencer ou ser subordinado a alguem. Já mencionamos que o selo
(ou o nome de Deus) na fronte do que crê, indica que foi escolhido por Deus e
tem Sua proteção (Apo. 3:12; 7:2-3; 9:4; 14:1; 22:4). A atividade do falso
profeta, descrita no capítulo 13 do Apocalipse, nos convence que o reinado da
besta será de natureza religioso-política. Unificando vários Estados numa só
Potência, esta imporá uma nova religião para substituir a fé Cristã. Então,
a submissão de si mesmo ao anticristo (alegoricamente, receber a marca da
besta na mão direita ou na fronte) será equivalente a renunciar a Cristo, e
privar-se do Reino dos Céus. (A simbologia da marcação encontra suas raízes
na antiguidade quando os guerreiros marcavam a fogo, nas mãos ou nas testas o
nome de seus superiores; já os escravos, voluntariamente ou não, recebiam a
marca com ferro em brasa do nome do seu senhor. Os pagãos adeptos de alguma
divindade, não raro, tatuavam-se com os seus símbolos).
É
possível que durante o tempo do anticristo seja introduzido um sistema de
registro computadorizado, que seria semelhante aos atuais cartões bancários.
A inscrição do código, invisível a olho nu, não será impresso em um cartão
de plástico como é agora, mas diretamente sobre o corpo dos indivíduos.
Este código, lido por um “olho” eletrônico ou magnético, será
transmitido a um computador central que conterá e arquivará toda informação
pessoal e financeira de cada um dos indivíduos. Deste modo, a introdução de
códigos pessoais, impressos diretamente na pessoa eliminará a necessidade de
dinheiro, passaportes, vistos, passagens, cheques, cartões de credito e
outros documentos pessoais. Graças a codificação individual, podem ser
executadas todas as operações monetárias como: recebimento de salários e
pagamento de dívidas por computador. Na ausência de dinheiro, ladrões não
terão nada que levar. Em princípio, o Estado poderá controlar a
criminalidade, uma vez que todos os movimentos das pessoas serão conhecidos
graças ao computador central. É de se supor que a introdução do sistema
será justificada apenas pela divulgação dos aspectos positivos. Entretanto,
na prática, ele será usado também para o controle político-religioso “quando
ninguém poderá comprar ou vender, sem possuir esta marca” (Apo.
13:17).
A
idéia supra, no momento, é meramente especulativa. A essência não está em
marcas eletromagnéticas, mas na fidelidade ou não para com Cristo! Ao longo
da história do Cristianismo, a pressão sobre os cristãos, por parte das
autoridades anti Cristãs apresentou-se nas mais variadas formas: uma oferenda
em sacrifício formal ao ídolo, conversão ao Islamismo, filiação a
organizações ateias ou anti-Cristãs. De acordo com o linguajar do
Apocalipse, a aceitação do “selo da
besta” consiste em obter vantagens temporárias ao preço de renunciar a
Cristo.
(Apo. 13:18).
O significado deste número permanece um mistério até os nossos dias.
Evidentemente, será decifrado quando as circunstâncias o permitirem. Alguns
estudiosos vêem o número 666 como uma diminuição do número 777, que
indica a perfeição tripla, a plenitude, a totalidade. No contexto desta
compreensão do simbolismo do número, o anticristo aspira demonstrar em tudo
sua superioridade frente a Cristo, embora, na prática ocorra sempre o
inverso. Na antiguidade, a escolha de um nome baseava-se no valor numérico
das letras do alfabeto. Por exemplo, no idioma grego (e no Eslavo eclesiástico),
“A” equivale a 1, “B” a 2 , “G”
a 3, e assim por
diante. Semelhante valor numérico das letras existe também no alfabeto
latino, bem como no hebraico. Cada nome pode ser matematicamente calculado
pela adição dos valores numéricos das letras. Por exemplo, o nome de Jesus
escrito em grego equivale a 888 (possivelmente simbolizando a mais alta perfeição).
Existe enorme quantidade de nomes próprios que na soma dos valores numéricos
de suas letras equivale a 666. Um exemplo disto é o nome de Nero Caesarius
escrito em caracteres hebraicos. Neste caso, se apenas o nome próprio do
anticristo fosse conhecido, calcular seu valor numérico não requereria
grande sabedoria. Talvez seja necessário buscar a solução do enigma no
plano básico, porém o sentido está obscuro. A besta do Apocalipse refere-se
tanto ao anticristo quanto ao seu reino. Pode ser que nos tempos do
anticristo, serão introduzidas iniciais indicando um novo movimento universal
e pela vontade de Deus o nome próprio do anticristo permanece não revelado.
Quando o tempo vier, os que devem, vão decifra-lo.
É
difícil entender o significado das palavras sobre o falso profeta “e foi-lhe concedido dar espírito à imagem da besta, de modo que
falasse a imagem da besta, e fazer que fossem mortos todos aqueles que não
adorassem a imagem da besta” (Apo. 13:15). Um motivo para isto poderia
ter sido a exigência de Antíoco Epifanes para que os judeus se curvassem
diante da estátua de Júpiter que ele ergueu no templo em Jerusalém. Mais
tarde, o Imperador Domiciano exigiu que todos os cidadãos do Império Romano
se curvassem diante de sua própria imagem. Domiciano é o primeiro imperador
a exigir para si, as honrarias de divindade, ainda em vida, e para que o
entitulassem “nosso senhor e nosso deus.” As vezes, para maior efeito,
sacerdotes escondiam-se atrás das estátuas do imperador e profetizavam em
seu nome. Foi decretado que todos os cristãos que não se curvassem diante da
imagem de Domiciano seriam executados, enquanto outros que obedecessem seriam
recompensados. Pode ser que na profecia do Apocalipse esteja se falando de
algum aparelho semelhante à televisão que transmite a imagem do anticristo e
simultaneamente observa como as pessoas reagem a ela. Em todo caso, na
atualidade os filmes e a televisão tem sido utilizados amplamente para
propagar as idéias do anticristo, acostumando as pessoas a crueldade e
banalidade. Assistir TV diariamente, sem se preocupar com a seleção dos
programas, mata, no ser humano, o que há de bondade e santidade.
Não seria a televisão percursora da imagem falante da besta?
(Caps.
15-17).
Nesta parte do Apocalipse, o Observador descreve o reino da besta que
alcançou o apogeu de sua força e de seu controle sobre o gênero humano. O
afastamento da verdadeira fé atinge quase todo gênero humano, e a Igreja
chega ao enfraquecimento máximo: “foi
concedido a ele lutar com os santos e ser vitorioso sobre eles” (Apo.
13:7). Para encorajar os cristãos que permaneceram fieis a Cristo, o Apóstolo
João dirige seus olhares para o mundo Divino e mostra-lhes a grande multidão
que, a semelhança dos israelitas salvos do faraó durante o tempo de Moisés,
entoa o hino da vitória (Êxodo, caps. 14-15).
Mas,
da mesma maneira que findaram os dias de reinado faraó, assim também terão
fim os dias de reinado do anticristo. Os capítulos seguintes (16-20),
descrevem como numa pintura o julgamento de Deus contra Seus opositores. A
destruição de natureza no capítulo 16 é semelhante à descrição do capítulo
8; porém, aqui alcança proporções globais e deixa uma impressão
horripilante. Agora, como antes, a destruição da natureza é provocada pelo
próprio gênero humano (guerras e poluição). A destruição da camada de ozônio
na estratosfera, ocasionando aumento de gás carbônico na atmosfera, pode
tornar a vida da humanidade extremamente penosa. De acordo com a profecia do
Salvador, durante o último ano antes do fim do mundo, condições de vida serão
tão insuportáveis que “se Deus não abreviasse aqueles dias, criatura alguma teria
sobrevivido” (Mat. 24:22).
A
descrição do julgamento e das punições, nos capítulos 16-20 do
Apocalipse, segue um padrão de culpabilidade
crescente dos inimigos de Deus. Os primeiros sujeitos ao castigo são as
pessoas que aceitaram a marca da besta e a capital do Império do anticristo
("a Babilônia”), a seguir o anticristo e o falso profeta, e,
finalmente, o próprio diabo.
A
narrativa da queda da Babilônia é apresentada duas vezes: a primeira, em
linhas gerais, ao término do capítulo 16, e de forma detalhada nos capítulos
18-19. A Babilônia é representada como uma meretriz sentada sobre a besta. A
denominação Babilônia lembra a
Babilônia caldaica, onde nos tempos do Velho Testamento estava concentrado o
poder contrário a Deus (tropas de caldeus destruiram a antiga cidade de
Jerusalém em 586 A.C.). Descrevendo o luxo pródigo da “meretriz,” São
João imaginou Roma, rica cidade portuária. Porém, muitas características
atribuidas a Babilônia Apocalíptica são inaplicáveis a Roma antiga e devem
se referir a capital do anticristo.
A
detalhada explicação do anjo ao término do capítulo 17, sobre o “mistério
da Babilônia” relativa ao anticristo e ao seu reino, é igualmente enigmática.
Provavelmente estes detalhes serão entendidos no futuro, quando a hora certa
chegar. Algumas das expressões metafóricas são levadas da descrição de
Roma como se levantando em sete colinas e de seus imperadores irreligiosos.
“Cinco reis (cabeças da besta) caíram” refere-se aos primeiros
cinco imperadores romanos, de Júlio Cesar a Claudio. A sexta cabeça é Nero,
a sétima é Vespasiano. “E a besta
que era e não e, também é ele, o oitavo rei, e procede dos sete” trata-se
de Domiciano, que ressuscitou Nero, na imaginação popular. Ele é o
anticristo do primeiro século. Mas provavelmente a simbologia do capítulo 17
receberá nova explicação na época do último anticristo.
(Caps.
18-19).
O observador apresenta o quadro da queda da capital do Império dos
infieis, que ele chama de Babilônia, em linhas vivas e vibrantes. Esta descrição
assemelha-se as profecias de Isaías e Jeremias relativas a queda da Babilônia
caldaica em 539 A.C. (Isa. cap. 13-14; 21:9; e Jer. ch. 50-51). Há muita
semelhança entre o centro do mal no passado e no futuro. A punição do
anticristo (a besta) e do falso profeta é descrita de modo especial. Como já
dissemos, a besta é uma personalidade específica do último dos antagonistas
de Deus e, simultaneamente, personificação de todo e qualquer poder contrário
a Deus. O falso profeta é o último falso profeta (ajudante do anticristo),
bem como a personificação de todo poder pseudo-religioso ou corrupto.
É
importante entender que na punição da Babilônia, do anticristo, do falso
profeta (cap. 17-19), e do diabo (cap. 20), São João não segue uma ordem
cronológica de narrativa, mas faz uso de um método de interpretação de
acordo com princípios que explicaremos agora.
Na
sua totalidade, as Sagradas Escrituras afirmam que o reinado dos antagonistas
de Deus terá fim por ocasião da segunda vinda de Cristo, quando perecerão o
anticristo e o falso profeta. O Juízo Final de Deus contra o mundo acontecerá
na ordem de culpabilidade crescente dos acusados “é
tempo de dar início ao julgamento a partir da casa de Deus; Caso se inicie a
partir de nós, qual será o fim dos que não se sujeitaram a palavra de
Deus?” (1 Pedro 4:17; Mat. 25:31-46). Primeiramente serão julgados os
cristãos, a seguir os incrédulos e pecadores, depois os inimigos conscientes
de Deus, e finalmente, os principais responsáveis por todas as iniquidades do
mundo, os demônios e o diabo. Nesta mesma ordem o Apóstolo João narra o
julgamento dos inimigos de Deus nos capítulos 17-20. Com isso, o julgamento
de cada categoria dos culpados (os que se afastaram de Deus, anticristos,
falsos profetas, e, finalmente o diabo) é precedido pela descrição feita
pelo Apóstolo dos elementos da culpabilidade. Em decorrência disso, temos a
impressão de que, a princípio, será destruída a Babilônia; algum tempo
depois haverá o castigo do anticristo e do falso profeta, após o que, na
terra, terá início o reino dos santos e, depois de um tempo muito longo o
diabo sairá para seduzir as nações e será então punido por Deus. Em
realidade, o Apocalipse trata de eventos paralelos. Este método de exposição
do Apóstolo João deve ser levado em conta para interpretar corretamente o
capítulo 20 do Apocalipse (vide a brochura do fim do mundo).
(Cap.
20).
O capítulo 20, falando sobre o reino dos santos e da dupla vitória sobre
o diabo, refere-se a todo período de existencia do Cristianismo. Conclui o
drama do capítulo 12, sobre a perseguição da Mulher-Igreja, pelo dragão. A
primeira vitória sobre o diabo deu-se por ocasião da morte do Salvador na
cruz. Neste momento, ele perdeu seu poder sobre o mundo, foi “acorrentado” e “selado no
abismo até que se completassem mil anos”; quer dizer, durante um tempo
muito longo (Apo. 20:3). “e chegado o
momento de ser julgado este mundo e agora seu príncipe será expulso,” assim disse Deus antes dos sofrimentos Dele (João
12:31). Como sabemos do capítulo 12 do Apocalipse bem como de outras
passagens das Sagradas Escrituras, o diabo, mesmo depois da morte do Salvador
na cruz, continuou tendo possibilidade de seduzir os crentes e atraí-los para
suas armadilhas, embora ele já não tivesse poder sobre eles. O Senhor disse
aos Seus discípulos: “Eis que vos dei
poder para pisotear serpentes, escorpiões, e todo o poder do inimigo” (Luc.
10:19).
Apenas
logo antes do fim do mundo, quando em decorrência do afastamento em massa da
fé por parte do gênero humano, “o detentor será afastado do seu meio”
(2 Tess. 2:7); o diabo dominará a humanidade pecadora uma vez mais, mas só
por pouco tempo. Então ele encabeçará a derradeira guerra, desesperada,
contra a Igreja (Jerusalém), dirigindo contra ela os exércitos de “Gog e
Magog” mas, pela segunda vez será derrotado por Cristo, agora em
definitivo. “Edificarei a Minha Igreja
e as portas do inferno não prevalecerão sobre Ela” (Mat. 16:18). Os exércitos
de Gog e Magog simbolizam a união de todas as forças antagônicas a Deus,
humanas e subterrâneas, que o diabo unificará na sua luta insana contra
Cristo. Deste modo, a guerra cada vez mais intensa contra a Igreja ao longo da
história, termina no capítulo 20 do Apocalipse, com a derrota total do diabo
e de seus servos. O capítulo 20 resume a abordagem espiritual desta luta e
apresenta seu fim.
O
lado agradável da perseguição, aos que se mantiveram firmes na fé, está
no fato de que, embora sofrido física e espiritualmente, eles foram
espiritualmente vitoriosos sobre o diabo permanecendo fieis a Cristo. A partir
do momento de seu martírio e morte eles reinam com Cristo e “julgam” o
mundo, participando dos destinos da Igreja e de toda humanidade (Apo.
20:4)-(Por esta razão nós buscamos sua interseção junto ao Criador e esta
é a base para a reverencia dos Santos pela Igreja Ortodoxa). Sobre o glorioso
destino dos mártires, disse o Senhor: “Quem
crê em Mim, mesmo que morra, viverá” (João 11:25). A “Primeira
Ressurreição,” no Apocalipse — corresponde ao renascimento espiritual
que se inicia no momento do Batismo do que crê, fortalece-se pelas suas ações
Cristãs, e atinge seu clímax no momento da morte do mártir em nome de
Cristo. Aos espiritualmente renascidos refere-se a promessa: “Virá
o tempo e ele já veio, quando os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus, e ao
ouvi-lo, ressuscitarão.” Assim finda a narrativa sobre o julgamento dos
que se afastaram de Deus, dos falsos profetas, do anticristo e do diabo.
O
capítulo 20 termina com a descrição do Juízo Final. Antes dele acontecer,
deve haver a ressurreição total dos mortos — uma ressurreição física, a
qual o Apóstolo chama de “segunda ressurreição.” Todas as pessoas serão
ressuscitadas fisicamente, os justos e os pecadores. Após a ressurreição de
todos “foram abertos livros... e foram
julgados os mortos de acordo com o que neles estava escrito.” Ao que
tudo indica, então, diante do trono do Juiz, tornar-se-á público o estado
espiritual de cada pessoa. Todas as ações obscuras, todas as palavras más,
pensamentos e desejos secretos, tudo aquilo que fora cuidadosamente escondido
e até mesmo esquecido, será trazido a tona e será conhecido por todos. Terrível
será esta visão!
Como
há duas ressureições, assim também há duas mortes. A “primeira
morte,” é o estado de incredulidade e pecado, no qual permaneciam as
pessoas que não aceitaram o Evangelho. A “segunda morte” é a condenação
ao eterno afastamento de Deus. Esta descrição é muito concisa porque o Apóstolo
já havia falado anteriormente sobre o Juízo Final (Apo. 6:12-17, 10:7,
11:15, 14:14-20, 16:17-21, 19:19-21, 20:11-15). Aqui o Apóstolo traça as
conclusões para o Juízo Final (no profeta Daniel tem-se algo mencionado
sucintamente no início do capítulo 12). Com esta breve descrição, o Apóstolo
João conclui a descrição da história do gênero humano e passa a descrição
da vida eterna dos justos.
(Caps.
21-22).
Os últimos dois capítulos do livro do Apocalipse, contem as mais
gloriosas e alegres páginas da Bíblia. Elas descrevem a beatitude dos justos
sobre a Terra renovada, onde Deus secará cada lágrima dos olhos dos
sofredores, onde já não haverá morte, nem lamentos, nem gritos, nem doenças
ou choro. Terá início a vida para qual não haverá fim.
*
* * * * *
* * *
Assim,
o livro do Apocalipse foi escrito durante um período em que aumentaram as
perseguições contra a Igreja. Sua finalidade era fortalecer e confortar os
cristãos em face dos sofrimentos futuros. Revela os métodos e artifícios
pelos quais o diabo e seus seguidores tentam destruir os cristãos. Ensina
como a pessoa pode superar as tentações. O livro do Apocalipse, conclama os
cristãos a estarem atentos para com seu estado espiritual, a não recear os
sofrimentos e a morte em nome de Cristo. Mostra a vida feliz dos santos nos céus
e conclama-nos a unir-nos com eles. Embora os justos tenham muitos inimigos,
maior é o número de seus defensores na figura dos anjos, santos, e
especialmente de Cristo, o Vencedor.
O
livro do Apocalipse, de modo mais vivo e descritivo do que qualquer outro
livro das Sagradas Escrituras, revela o drama da eterna guerra entre Bem e Mal
na história da humanidade e demonstra de modo mais profundo, o triunfo do Bem
e da Vida.
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Missionary Leaflet # E
Copyright © 2000
Holy Trinity Orthodox Mission
466
Foothill Blvd, Box 397, La Canada, Ca 901011
Editor: Bishop Alexander (Mileant)
(biblia9_p.doc, 11-05-2000)
Edited
by |
Date |
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Tópico Igreja |
Êfeso Apo. 2:8-11 |
Smirna Apo.
2:12-17 |
Pérgamo Apo.2:12-17 |
Tiatira Apo.
2:18-29 |
Sardes Apo. 3:7-13 |
Filadélfia Apo.3:7-13 |
Laodicéia Apo.
3:14-22 |
Louvor |
Trabalhou arduamente, teve
paciência, repudiou os pervertidos. |
Tolerou sofrimento e pobreza. |
Não renunciou à fé. |
Boas ações, caridade e fé.A última maior que a primeira. |
Não mancha suas vestimentas. |
Embora fraco, é fiel à Cristo. |
— — — |
Crítica |
Despreza a caridade. |
— — — |
Permite heréticos no seu meio. |
Permite heréticos propagar a tentação. |
Aparenta que vive, mas está morto. |
— — — |
Indiferente e auto-confiante. |
Conselho |
Lembrar-se de onde fraquejou e se arrepender.. |
Ser fiél até a morte. |
Arrepender-se. |
Proteger o que tem. |
Estar alerta, pois a morte se aproxima. Se arrepender |
Proteja sua sabedoria espiritual. |
Ame a verdade; seja zeloso e perceptivo. |
O Que Esperar |
"Removerei o teu candeeiro"(Recusarei). |
— — — |
— — — |
— — — |
Não saberás a que hora virei a ti. |
— — — |
— — — |
Recompensa |
Você comerá da àrvore da vida. |
Você saíra ileso da segunda morte. |
Receberá o maná escondido e um novo nome. |
Você dominará os pagãos. |
Será revestido de vestiduras brancas. |
Você será firme e receberá o nome de Deus. |
Reinará com Cristo. |
Período do
Velho Testamento |
Vida no Paraíso (Gen.
2:9) |
Escravidão no Egito (10 pragas; Exo. cap. 7-12 .) |
Vagueando no deserto do Sinai. Balaão seduz Israel (Num.
25:1, 31:16) |
Atração ao paganismo durante a época de Jezabel (3 Reis. 16:31,
21:21-26) |
Julgamento de Deus sobre Israel e Juda (Exo.1:9;8-6 séc A.C.) |
Servidão Babilônica. Enfraquecimento extremo.O emergir da servidão.Restauração
de Jerusalém e o Templo(Chave de Davi) |
Época pré-farisaica.Aproximação utilitária à religião. |
Período
do Novo Testamento |
Época dos Apóstolos (Séc.I) |
Persecução da Igreja pelos imperadores Romanos (2-4séc.) |
Guerra com heresias Conselho Ecumênico.Monaquismo. (4-7 séc.). |
Iconoclastia. Cristianização de novos povos(eslavos)"Controle
sobre os pagãos"(7-12 séc.) |
Florescimento da arte na Igreja Oficialização da Religião A queda de
Bizâncio. Revolução Russa. (13-20 séc.) |
Pressão do ateísmo. A
Igreja enfraquece. A conversão dos Judeus. (Séc.XX). |
Cristianismo - caminho à felicidade. Convicção dos sectários. |
Características
dos Períodos |
A princípio,zêlo espiritual e inocência; depois, um esmorecimento. |
Purificar através do
lamento e arrependimento. |
Luta com heresia, tentações mentais. |
Obtenção da maturidade
espiritual. |
Compaixão cerimonial exterior.Punição. |
Lealdade à Deus apesar das difíceis circunstâncias. |
Indulgência, ignorância e orgulho. |
Diagrama
do Apocalipse
Visões e capítulos
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Os Sete selos. Devoção Celeste. Os quatro cavaleiros (4-6) |
As Sete trombetas. Primeiras Calamidades. Redenção dos fiéis (7-10) |
Os Sete sinais. A Igreja e o reino da bêsta (11-14) |
Os Sete cálices. Julgamento dos pecadores (15- 17). |
Queda da Babilônia. Anticristo e o falso profeta (18 -19). |
1000 anos de reinado dos santos. Julgamento do demônio e o Juízo
Final (20). |
A Igreja triunfante nos céus. |
A divina liturgia
(4-5). Primeiros mártires (6:9-11). |
A igualdade de todas as nações (7:9-17). A força das orações dos
Santos (8:3-6). Veneração à Deus (11:16-19). |
Antecipação da vitória pelos Santos (12:10-12). Os inocentes
(14:1-5). |
Cântico daqueles que se salvaram da bêsta(15:1- 4). |
Preparação para a união entre o Cordeiro e a Igreja. O louvor da união
dos Santos (19:1-10). |
Os mártires não perecem; reinam com Cristo (20:4-6). |
Opressão da Igreja na terra. |
O sofrimento iminente dos fiéis (6:11). |
Identificação dos escolhidos antes das calamidades (7:1-8). |
Avaliando o templo (4:1- 2). Ações de duas testemunhas (11:3- 14).
Mulher vestida de sol (12:1-6 & 13-18). Paciência dos
Santos (13:10,
14:12-13). |
Abençoados os corajosos (16:15). |
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O mundo dos pecadores e suas punições. |
4 cavaleiros. Comoções de luta entre os homens. Animosidade, pobreza
e exterminação recíproca (6:1- 8). |
Primeiras calamidades.Eliminação parcial da natureza. (8:7-13). |
Pecadores persuadidos e voltados a bêsta. Sinal da bêsta (13:8 &
16-17). |
Extensa punição dos pecadores. Destruição total da natureza
(16:1-12). |
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O mundo da Teomaquia. Anticristo. Falso profeta. |
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A maldade aumenta. A bêsta do mar anticristo (13:1-10). Besta da
terra-falso profeta.(13:11-18) |
O reino da bêsta (16:10-12). Meretriz da Babilônia-centro da maldade
universal (17:1-18). |
A queda da Babilônia. A alegria no céu (18:1-24). |
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O inferno - diabos e demônios. |
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Exalação das forças maléficas do mundo. Diabo: o destruidor de
almas (9:1-12). |
O dragão persegue a mulher-igreja (12:3-4) Planta-se sementes de tentação
(12:10-13 & 12:15-17). |
Os maus espíritos atraem o povo para servir a bêsta (16:13-14). |
Força do mal é fortalecida no reino da bêsta (8:2). |
A fonte de todo mal-demônio. É derrotado duas vezes e punido
eternamente (20:1-10). |
Luta física e espiritual. Poderes do mal. |
Calamidades do mundo se exalam devido as discórdias entre os homens
(6:1-8). |
Anjos no Rio Eufrates. Primeira fase da guerra. (9:13-21). |
Batalha no céu. (12:7-10). Confrontação
do demônio com 2 testemunhas(11:7). |
Antes do conflito final (16:12). Armagedon (16:16) A vitória de Cristo
(17-14). |
Cristo aniquila o anticristo e suas tropas (19:11-21). |
Resumo final da guerra universal contra a Igreja. Derrota de Gog e
Magog (20:7-9). |
Descrição do fim do mundo e Julgamento. |
Medo dos pecadores diante do juiz (6:12-17). |
Compreensão dos mistérios de Deus (10 :7). |
Reino do mundo se torna o Reino de Deus (11:15). A colheita (14:14-20).
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O julgamento dos pagãos (16 :17-21). |
Aniquilação total da Babilônia.Punição da bêsta e do falso
profeta( 19 :19-21). |
Julgamento do demônio (20:10). Ressureição Universal e o Juízo
Final (20:11-15). |
Tema Principal. |
Introdução. Divina Liturgia. Divulgação das razões dos conflitos
mundanos. Significado do sofrimento dos mártires. |
Crescimento da Divina Igreja e o aumento das calamidades na terra Deus
protege os que tem fé. |
Ações das testemunhas da Igreja. O demônio envia forças da
teomaquia contra a Igreja. |
Reino do mal aumenta, mas Deus o arruina |
Julgamento dos teomaquistas, anticristo e o falso profeta O centro
universal do mal é abolido. |
Sumário da guerra entre o bem e o mal. O demônio é derrotado 2
vezes. Aqueles que morreram por Cristo, reinarão no Paraíso. A Ressurreição
Universal e o Juízo Final. |