Doutrina

Cristã Ortodoxa

 

III. A Fé Cristã Ortodoxa

 


Contente:

A Esperança Cristã.

Noções Sôbre A Esperança Cristã, As Suas Bases E Os Seus Meios.

Sôbre A Oração.

A Oração do Senhor.

Sôbre a Primeira Parte da "Oração do Senhor." Sôbre a Primeira Súplica. Sôbre a Segunda Súplica da "Oração do Senhor." Sôbre a Terceira Súplica da "Oração do Senhor." Sôbre a Quarta Súplica da "Oração do Senhor." Sôbre a Quinta Súplica da "Oração do Senhor." Sôbre a Sexta Súplica da "Oração do Senhor." Sôbre a Sétima Súplica da "Oração do Senhor." Sôbre a Glorificação. Sôbre os Ensinamentos da Felicidade. Sôbre o Primeiro Mandamento da Bem-Aventurança. Sôbre o Segundo Mandamento da Bem-Aventurança. Sôbre o Terceiro Mandamento Da Bem-Aventurança. Sôbre o Quarto Mandamento Da Bem-Aventurança. Sôbre o Quinto Mandamento Da Bem-Aventurança. Sôbre o Sexto Mandamento Da Bem-Aventurança. Sôbre o Sétimo Mandamento Da Bem-Aventurança. Sôbre o Oitavo Mandamento Da Bem-Aventurança. Sôbre o Nono Mandamento Da Bem-Aventurança.


 

 

 

"A Esperança Cristã"

Noções Sôbre A Esperança Cristã,

As Suas Bases E Os Seus Meios

586. (É mantida a continuidade da numeração da I, II, e III partes da "Doutrina Cristã Ortodoxa") Que é a Esperança Cristã?

É um sentimento espiritual, que é próprio a uma alma satisfeita, mergulhada na graça de Deus, e consciente do constante cuidado do Pai Celestial no sentido de que ela atinja a eterna felicidade.

587. Em que consiste a Esperança Cristã?

Consiste em constante confiança em Nosso Senhor Jesus Cristo. "Senhor Jesus Cristo, esperança nossa" (1 Epistola de São Paulo, apóstolo, a Timóteo 1:1). "Portanto, cingindo os lombos do vosso entendimento, séde sóbrios e esperai inteiramente na graça que se vos ofereceu na revelação de Jesus Cristo" (l Epístola do santo apóstolo Pedro 1:13).

588. Quais são os meios de adquirir a Esperança Cristã?

São os seguintes:

 

Sôbre A Oração

589. Existe o testemunho da Palavra de Deus que afirma ser a oração um meio eficaz para alcançar a esperança salvadora?

Sim. O próprio Salvador une a oração à esperança a fim de alcançar o desejado: "E tudo quanto pedirdes em meu nome, eu o farei, para que o Pai seja glorificado no Filho" (Evangelho de São João 14:13).

590. Que é a oração?

É a piedosa elevação do pensamento e da alma a Deus, isto é, uma santificada conversa da alma humana com o Todopoderoso.

591. Como deve proceder um cristão Ortodoxo no ato de elevar seus pensamentos e sua alma a Deus?

Ao orar devemos:

592. Quais são os tipos principais da oração?

São os seguintes:

593. É imprescindível a oração?

A oração é absolutamente imprescindivel a todos os homens, que possuem as necessárias faculdades mentais. N. S. Jesus Cristo indicou que a oração é extremamente importante e ensinou a humanidade a orar com o Seu próprio exemplo. Sem a oração ficamos privados de graças necessárias para levar uma vida piedosa e para persistir nos propósitos do Bem durante tõda a vida. "Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e encontrareis; batei, e abrir-se-vos-á. Porque, aquêle, que pede, recebe; e, o que busca, encontra; e, ao que bate, se abre" (Evangelho de São Mateus 7:7).

594. Quais são as principais conseqüências da oração?

São as seguintes:

595. São sempre ouvidas e atendidas as nossas orações?

Sim, ouvidas e atendidas sempre quando oramos como se deve.

596. Como devemos orar?

Devemos orar:

597. Quando devemos orar em Nome de Jesus Cristo Nosso Salvador?

Devemos pedir em nome do nosso Salvador, quando, por ocasião da oração, apelamos aos méritos de Nosso Senhor Jesus Cristo, depositando nêles a nossa inteira confiança. "Na verdade, na verdade vos digo que tudo quanto pedirdes a meu Pai, em meu Nome, Êle vo-lo há de dar" (Evangelho de São João 16:23).

598. Quando oramos piedosamente?

Oramos piedosamente, quando pensamos em Deus, evitando tudo que nos possa distrair ou afastar da prece. "Antes de orar prepara-te, e não sejas como homem que tenta o Deus" (Livro de Sirah 35:21) (Veja-se o parágrafo 36).

 

599. Quando oramos com humildade?

Oramos com humildade quando sentimos a nossa fraqueza e insignificância ante o nosso Deus. "A prece do humilde penetra as nuvens" (Livro de Sirah 35:21).

600. Quando oramos confiantemente?

Oramos confiantemente quando possuímos a certeza absoluta de que seremos ouvidos: "Por isso vos digo que tudo o que pedirdes, orando, crêde que o recebereis, e tê-lo-eis" (Evangelho de São Marcos 11:24).

601. Quando oramos com persistência?

Oramos com persistência quando não deixamos de elevar constantemente as nossas preces a Deus, apesar de tardar em sermos ouvidos:

"E eis que uma mulher cananéia, que saíra daqueIas cercanias, clamou, dizendo: Senhor, Filho de Davi, tem misericórdia de mim, que minha filha está miseravelmente endemoninhada. Mas êle: não lhe respondeu palavra. E os seus discípulos, chegando ao pé dêle, rogaram-lhe, dizendo: Despede-a, que vem gritando atrás de nós. E êle, respondendo, disse: Eu não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa d'Israel. Então chegou ela e adorou-O, dizendo: Senhor, socorre-me. Êle, porém, respondendo, disse: Não é bom pegar no pão dos filhos e deitá-lo aos cachorrinhos. E ela disse: Sim, Senhor, mas também os cachorrinhos comem das migalhas que caem da mesa dos seus senhores. Então respondeu Jesus, e disse-lhe: ó mulher! grande é a tua fé: seja isso feito para contigo como tu desejas. E desde aquela hora a sua filha ficou sã" (Evangelho de São Mateus 15:22-28).

"Qual de vós terá um amigo, e se fôr procurá-lo à meia-noite, e lhe disser: Amigo, empresta-me três pães; Pois que um amigo meu chegou à minha casa, vindo de caminho, e não tenho que apresentar-lhe; Se êle, respondendo de dentro, disser: Não me importunes; já está a porta fechada, e os meus filhos estão comigo na cama; não posso levantar-me para tos dar; Digo-vos que, ainda que se não levante a dar-lhos por ser seu amigo, levantar-se-á, todavia, por causa da sua importunação, e lhe dará tudo o que houver mister. E eu vos digo a vós: Pedi, e dar-se-vos-á; buscai e achareis; batei e abrir-se-vos-á; Porque qualquer que pede recebe; e quem busca acha; e quem bate abrir-se-lhe-á. E qual o pai dentre vós que, se o filho lhe pedir pão, lhe dará uma pedra? Ou também, se lhe pedir peixe, lhe dará por peixe uma serpente? Ou também, se lhe pedir um ôvo, lhe dará um escorpião? Pois se vós, sendo maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais dará o Pai celestial o Espírito Santo àqueles que lh'O pedirem?" (Evangelho de São Lucas 11:5-13).

602. Quando oramos pedindo que se cumpra sôbre nós a vontade de Deus?

Oramos pedindo que se cumpra sôbre nós a vontade de Deus, quando nos entregamos integralmente à sua vontade, deixando a seu supremo critério a resolução de atender ou não atender às nossas petições. "Pai... não se faça a minha vontade, mas sim a tua" (Evangelho de São Lucas 22:24).

603. Podemos orar, sem proferir palavras?

Sim. Podemos orar interiormente, só por meio de pensamentos e no íntimo do coração.

604. Como denominamos êste tipo de oração?

Denominamos "Oração espiritual," "Oração no pensamento" ou "Oração no coração." De qualquer forma, porém, discriminamo-la como sendo uma oração interna.

605. Em que consiste a meditação?

Consiste em rememorar: a vida e os padecimentos de Nosso Senhor Jesus Cristo, a vida do século futuro, as grandes verdades da santa fé Ortodoxa, etc. Esta meditação revive em nós os sentimentos piedosos e fortalece as decisões salvadoras.

606. Qual é a oração que denominamos externa ou oral?

É aquela que exprimimos por meio dos sons vocais, saídos da bôca.

607. Pode existir a oração oral (externa) sem a oração espiritual (interna)?

Sim. Podemos orar só com palavras, sem sentir, nem pensar o que estamos falando. Todavia, além de ser isto uma legítima insensatez, representa, também, grave ofensa a Deus. Por esta razão, tôdas as orações devem ser proferidas com a máxima atenção e concentração de espírito.

608. A oração exclusivamente externa, tem algum valor?

A oração exclusivamente externa, não sómente está desprovida de todo e qualquer valor, mas constitui um dos mais graves pecados, visto que reúne os elementos de falta de respéito e de consideração ao Todo-poderoso. "Este povo honra-me com os seus lábios, mas o seu coração está longe de mim" (Evangelho de São Mateus 15:8).

609. Quando oramos ao mesmo tempo oralmente e interiormente?

Oramos oralmente e interiormente ao mesmo tempo, quando exprimimos a prece interna por meio de palavras e outras funções piedosas de caráter externo.

610. Não é suficiente orar interiormente, sem necessidade de exprimir a prece por meio de palavras?

Esta questão pode ser comparada a uma outra: Se o homem seria completo, possuindo sómente a alma e não possuindo o corpo? No entanto, Deus achou certo formar o homem de corpo e de alma. Torna-se, assim, óbvio que a oração interna, quando acompanhada de oração externa, é uma coisa tão -natural quanto a própria construção do ser humano, não sendo, em absoluto, suficiente rezar, sem exprimir de forma usual as nossas petições por meio de palavras. Devemos, pois, glorificar a Deus em nossos corpos e em nossas almas, que pertencem a Deus. É, também, perfeitamente natural que: "há em abundância no coração, disso fala a bôca" (Evangelho de São Mateus 12:34).

A espiritualidade de N. S. Jesus Cristo, sendo divina. era a mais elevada e desenvolvida. Isto, porém, não o impedia de orar exteriormente: "Glorificai, pois, a Deus no vosso corpo, e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus" (1 Epístola de São Paulo, apóstolo, ao Coríntios 6:20). "Pois do que há em abundância no coração, disto fala a bôca" (Evangelho de São Mateus 12:34). "Jesus falou assim, e, levantando seus olhos ao céu, disse: Pai, é chegada a hora." (Evangelho de São João 17:1). "E, pondo-se de joelhos, orava" (Evangelho de São Lucas: 22/41). "Prostrou-se sôbre o seu rosto, orando e dizendo" (Evangelho de São Mateus: 26/39).

Éstes trechos, extraídos dos livros sagrados do Testamento, demonstram claramente que o próprio Nosso Senhor Jesus Cristo era o exemplo vivo de como devemos orar, demonstrando isto sob diversos aspectos. Imitando, pois, o Nosso Salvador, foram conservadas na nossa Santa Igreja Universal Apostólica Ortodoxa diversas formas de expressão externa, que acompanham as orações habituais. Entre elas convém mencionar:

Cometem gravíssimo êrro todos aquêles que se abstenham de orar, acompanhando as suas preces com os respectivos movimentos do corpo, por sentimento de falsa vergonha, causada pela presença de muitas pessoas, reunidas na Igreja para oração em comum. Não se deve esquecer que a Igreja é um lugar santificado, onde o próprio Deus está invisivelmente presente. Nestas circunstãncias a demonstração de verdadeira homenagem, acompanhada de gestos sinceros de adoração e humildade, não poderia encontrar lugar mais apropriado.

"Qualquer que me confessar diante dos homens, eu o confessarei diante de meu Pai, que está nos céus. Mas qualquer que me negar diante dos homens, eu o negarei também diante de meu Pai, que está nos céus" (Evangelho de São Matheus: 10/32, 33). Não devemos, pois, envergonhar-nos em demonstrar a Deus o nosso amor e a nossa adoração, tanto em preces de nossas almas, quanto em orações externas, acompanhadas por expressões de legítimo respeito devido ao Pai Celestial.

611. Devemos orar também em comum com outras pessoas?

Sim. Orando em comum com outras pessoas seguimos diretamente as instruções do próprio Salvador: "Porque onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ai estou eu no meio déles" (Evangelho de São Mateus 18:20).

612. Quando devemos orar?

"Orar sempre e nunca desfalecer" diz, com as palavras de Nosso Senhor Jesus Cristo, o santo apóstolo Lucas no seu Evangelho (18,1). Todavia, a vida agitada dos tempos atuais, impede que as preces possam ser erguidas ao céu de Deus a tõda hora. Devemos, porém, fazer o possível para orar nos seguintes momentos:

Em resumo: Orar, nunca é demais! Tudo que podemos expressar a Deus, mesmo orando ininterruptamente, nunca será suficiente para pagar a menor das partículas das infinitas graças, com as quais a humanidade ficou beneficiada pelo sacrifício supremo do Gólgota. Oremos, pois, oremos sempre!

613. Que devemos fazer, a fim de conseguir orar sempre, mesmo que isto seja só por meio de oração interna?

Isto será possível, se conseguirmos habituar nossa alma a dirigir-se constantemente a Deus, ligando os nossos pensamentos com os céus e se tôdas as nossas ações, palavras e intenções forem baseadas nos princípios do bem e da justiça divina. Ofertando a Deus, "a priori," tóda a nossa vida, achegamo-nos tão próximo a Êle, que nos tornamos já em vida uma ínfima parcela de virtudes celestiais. Assim tõda a nossa existência passa a ser um único hino, uma única oração em louvor ao Senhor dos Séculos.

A prece, denominada: "Oração de Jesus," pronunciada em tôdas as ocasiões da vida, tôdas as horas e todos os minutos, em os quais o nosso pensamento possa afastar-se das preocupações rotineiras, auxilia sobremaneira o aperfeiçoamento de nossas almas, permitindo o constante contato com Deus: "SenhorJesus Cristo, Filho de Deus, tem piedade de mim, pecador!"

614. Devemos orar também pelos outros?

Seria uma expressão de mais puro egoísmo, se orássemos sómente por nós-mesmos. Devemos orar- por todos os nossos semelhantes, pela humanidade inteira, pelos vivos e pelos mortos, pelos bons e pelos ruins. Antes de tudo, porém, devemos orar pelos nossos pais, parentes e benfeitores, como também pelo nosso pai espiritual (o nosso Confessor), os nossos superiores eclesiásticos e civis,

 

A Oração Do Senhor

615. Qual é a oração principal da Fé Cristã, que ao mesmo tempo é o alicerce de tôdas as demais orações?

Esta oração denomina-se "Oração do Senhor" ou "O Pai nosso."

616. Por que "O Pai nosso" denomina-se a "Oração do Senhor?

Damos a denominação de "Oração do Senhor" ao "O Pai nosso," em virtude de ser esta maravilhosa prece trazida à terra pelo próprio Salvador do gênero humano, Nosso Senhor Jesus Cristo, que a ensinou aos santos apóstolos, por intermédio dos quais, ela chegou até aos nossos dias.

617. Qual é esta maravilhosa oração?

Pai nosso, que estás nos Céus!

Santificado seja o teu nome!

Venha o Teu Reino;

Seja feita tua vontade, como no céu assim na terra.

O pão nosso de cada dia nos dá hoje;

E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores;

E não nos induzas em tentação, mas livra-nos do mal.

Porque teu é o reino, e o poder e a glória; do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo, agora e sempre e por todos os séculos dos séculos.

Amém.

618. Quais são as partes que integram a "Oração do Senhor?"

A "Oração do Senhor" está composta das seguintes partes:

1) A introdução ou invocação;

2) Sete súplicas;

3) Glorificação.

 

Sôbre A Primeira Parte

Da "Oração Do Senhor"

619. Qual é a introdução ou a invocação desta oração?

A introdução ou a invocação desta oração é: "Pai nosso que estás nos Céus."

620. Como nos podemos atrever a invocar a Deus com o denominativo "Pai?"

Invocamos a Deus com o denominativo "Pai," pela razão da nossa fé em Nosso Senhor Jesus Cristo e pelo fato de termos a esperança de receber a graça suprema da eterna felicidade nos céus de Deus e na luz perpétua da Santíssima Trindade. Independente disto temos o direito de denominar a Deus com êste nome, visto que fomos criados conforme a sua imagem e semelhança (1 Livro de Moisés 1:26), sendo, Êle, por esta razão, o nosso pai, que não deixa de cuidar dos seus filhos, mesmo quando êstes não o merecem. O santo sacramento de Batismo reforça sobremaneira êstes laços tornando-nos filhos dignos e purificados do pecado original do primeiro homem-Adão.

"Mas a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhas de Deus; aos que crêem no seu nome; Os quais não nasceram do sangue, nem da von tade da carne, nem da vontade do varão, mas de Deus" (Evangelho de São João 1:12-13). "Porque não recebestes o espírito de escravidão, para outra vez estardes em temor, mas recebestes o espírito de adoção de filhos, pelo qual clamamos: Abba, Pai" (Epístola de São Paulo, apóstolo, aos Romanos 8:15).

621. Por que razão denominamos a Deus: "Pai nosso?"

Denominamos a Deus-"Pai nosso," em virtude de ser Éle o pai da humanidade inteira: "Não temos nós todos o mesmo pai? Não nos criou o mesmo Deus?" (Livro do Profeta Malaquias 2:10).

622. Quando uma pessoa ora sozinha, deve também dizer: "Pai nosso?"

Sim. De acôrdo com as regras do amor e da fraternidade cristã devemos orar, como irmãos, uns pelos outros, rogando a Deus que conceda as suas graças tanto para nós, quanto para os outros.

623. Por que dizemos: "Que estás nos céus?"

Falamos assim a fim de, ao iniciar a nossa prece, esquecer-nos de tudo que seja terreno, passageiro e sujeito a destruição, elevando as nossas almas ao Eterno, Celestial e Divino.

Sõbre A Primeira Súplica

624. Qual é a primeira súplica da "Oração do Senhor?"

É esta: "Santificado seja o teu nome."

625. O que pedimos nesta súplica?

Na primeira súplica pedimos:

626. O nome de Deus é santo?

O nome de Deus é santo em sua própria essência e em seu total esplendor: "E santo é o seu nome" (Evangelho de'São Lucas 1:49).

627. Se o nome de Deus é santo, por que dizemos então: "santificado seja o teu nome?"

Falamos assim a fim de indicar que o nosso maior desejo é que o nome de Deus seja permanentemente santificado nos corações dos homens, para que nêles se possa manifestar a eterna luz de Deus.

628. De que forma o nome de Deus pode reluzir nos nossos corações?

Pode reluzir nos nossos corações iluminando-os com a eterna luz celestial:

 

Sôbre A Segunda Súplica

Da "Oração Do Senhor"

629. Qual é a segunda súplica da "Oração do Senhor?"

A segunda súplica é: "Venha o teu reino."

630. De que reino se trata?

Trata-se do Reino da Graça, abençoado e bem-aventurado, que é, nas palavras do santo apóstolo Paulo: "Justiça e paz e alegria no Espírito Santo" (Epístola aos Romanos 14:17).

631. Êste Reino já chegou?

Para certas pessoas o Reino de Deus ainda não veio em tôda sua plenitude, e para outros não veio em absoluto, pois como diz o santo apóstolo Paulo, o pecado reina em seus corpos mortais. (Epístola aos Romanos 6:12).

632. Como vem o Reino de Deus?

O Reino de Deus vem de modo, invisível, velado e interno. "O Reino de Deus não vem com aparência exterior. . . porque eis que o Reino de Deus está entre vós (em vós) " (Evangelho de São Lucas 17:20-21).

633. Que mais imploramos a Deus suplicando pela vinda do Reino de Deus?

Suplicando pela chegada do Reino de Deus, imploramos também pelo reino eterno de glória e felicidade do século futuro, que aguarda os bem-aventurados e os justos.

"Tenho desejo de partir e estar com Cristo" (Epístola de São Paulo, apóstolo, ao Filipenses 1:23).

Sôbre a Terceira Súplica

Da "Oração do Senhor"

634. Qual é a terceira súplica da "Oração do Senhor?"

É a seguinte: "Seja feita a tua vontade como no céu assim na terra."

635. Que quer dizer: "Seja feita a tua vontade?"

Esta suplica exprime o nosso desejo; que tudo que fazemos e pensamos possa agradar a Deus, independente de se isto nos agrada ou não.

636. Por que razão devemos pedir a Deus, que se faça a vontade dêle?

Pedimos que se faça a vontade de Deus, porque Êle é infalível, onisciente e todo-poderoso. Assim sendo não pode enganar-se ou cometer injustiça, ao passo que nós não temos garantia alguma, que isto não possa acontecer conosco, em virtude das nossas imperfeições de caráter, vícios, erros etc. Independente disto, Deus sabe muito melhor do que nós o que é bom e o que é prejudicial para a nossa vida, estando sempre disposto a beneficiar-nos com as suas infinitas graças, quando o merecemos. "Aquêle que é poderoso para fazer tudo muito mais abundantemente além daquilo que podemos ou pensamos, segundo o poder que em nós opera" (Epístola de São Paulo, apóstolo, aos Efésios 3:20).

637. Por que razão pedimos que a vontade de Deus se cumpra na terra da mesma forma como se está cumprindo no céu?

Porque no céu, tanto os santos Anjos como também todos os bem-aventurados, que gozam a felicidade eterna, sempre e em tudo cumprem a vontade de Deus.

Sõbre a Quarta Súplica

Da "Oração do Senhor"

638. Qual é a quarta súplica da "Oração do Senhor?"

É esta: "O pão nosso de cada dia nos dá hoje."

639. Que é o "pão de cada dia?"

Trata-se do pão, necessário para o sustento diário de nosso organismo, indispensável para que sejam normais as funções e o desenvolvimento físico do corpo humano.

640. Que devemos entender suplicando a Deus que nos dê o "pão de cada dia?"

Entendemos também tudo que fôr necessário à nossa alma. Outrossim, devemos considerar que pedindo o "pão de cada dia," solicitamos única e exclusivamente o estritamente indispensável para nós, deixando à vontade divina tudo aquilo que nos possa ser oferecido para o nosso deleite ou que seja além do essencial. Torna-se, pois, evidente que quaisquer súplicas no sentido de ajuntar riquezas ou outros benefícios semelhantes não sómente estarão condenadas a não serem ouvidas, mas, antes de tudo, contradizem totalmente o espírito e o profundo significado da oração cristã.

641. Por que razão pedimos que Deus nos dê "hoje" o pão de cada dia?

Os celestiais ensinamentos do Salvador indicam a necessidade de orar só pelo pão de hoje, isto é, do dia em curso, a fim de que sejam eliminadas do nosso ãmbito espiritual as preocupações constantes, decorrentes das necessidades materiais. A confiança nos desígnios de Deus deve, portanto, prevalecer sôbre todos os outros sentimentos, que possam, porventura, perturbar a nossa tranqüilidade espiritual e o nosso equilíbrio mental:

"Não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal" (Evangelho de São Mateus 6:34). "Não andeis, pois, inquietos, dizendo: Que vamos comer, ou que beberemos, ou,com que nos vestiremos? (Porque tôdas estas coisas os gentios (pagãos) procuram). De certo vosso Pai Celestial bem sabe que necessitais de tõdas estas coisas" (Evangelho de São Mateus 6:31-32) (A confiança irrestrita que os cristãos depositam na Providência Divina, não deve ser confundida com as teorias fatalistas, próprias ao maometanismo ou algumas seitas bramânicas indus. Os cristãos encontram-se em direta ligação espiritual com seu Deus e Salvador e procuram depender da vontade dêle da mesma forma como o filho depende da vontade do Pai, visto o último ter autoridade e experiência muitíssimo superior às de uma criança).

642. Por que razão, pedindo o "pão de cada dia," devemos suplicar também pelos bens necessários para a alma?

Devemos proceder desta forma em virtude de ser o homem composto de corpo e de alma, formando uma unidade. Por outro lado, a alma é muito mais importante do que o corpo de que sucede ser o seu alimento muito mais importante do que do corpo. Estas considerações são perieitamente esclarecidas em duas magníficas obras de São Cirilo de Jerusalém, ("Ensinamentos místicos" 4:15 e "A Profissão de Fé Ortodoxa": II Parte, questão 19); contudo são tão extensas que não poderiam ser citadas no presente trabalho, pois, representariam um tratado teológico à parte.

643. Que é o "pão de cada dia" para a alma?

O "pão de cada dia" para a alma são:

Sôbre a Quinta Súplica

Da "Oração do Senhor"

644. Qual é a quinta súplica da "Oração do Senhor?"

Esta é a quinta súplica da "Oração do Senhor:" "E perdoa-nos as nossas dívidas assim como nos perdoamos aos nossos devedores."

645. Como devemos entender o têrmo "dívidas" (ou "culpas")?

Devemos compreender sob esta palavra: os nossos pecados.

646. Por que denominamos "pecados" as nossas culpas ou dividas?

Porque os pecados nos tornam devedores daquele que além de ser o nosso Criador, é, também, o autor de todos os bens que possuímos. Cada pecado, pois, é uma dívida a mais, junto à justiça de Deus, divida que deve ser saldada quanto antes, pois os desígnios de Deus são desconhecidos; e não podemos saber quanto tempo de vida ainda nos resta.

647. Quem são os nossos devedores?

Os nossos devedores são todos aquèles que não nos devolveram aquilo que prevê a lei de Deus, isto é, aquéles que ao invés de nos proporcionarem o amor e a amizade, ofereceram-nos o ódio e a dureza de coração.

648. já que existe a Justiça Divina, qual é a razão que nos permite de esperar e acreditar na remissão dos pecados?

Acreditamos e esperamos a remissão dos pecados pelos Méritos e pela mediação de Nosso Senhor Jesus Cristo: "Porque há um só Deus, e um só mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem. O qual se deu a Si mesmo em preço da redenção por todos, para servir de testemunho a seu tempo" (1 Epístola de São Paulo, apóstolo, a Timóteo 2:5-6).

649. Deus perdoar-nos-ia os nossos pecados, se nós não perdoássemos aos nossos devedores?

Não. Se nós não perdoarmos aos nossos devedores as faltas e iniquidades mesmo, não poderemos ser perdoados por Deus em todos os atos, pensamentos ou sentimentos ruins e pecados, que cometermos.

"Porque se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celestial vos perdoará a vós. Se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai vos não perdoará as vossas ofensas" (Evangelho de São Mateus 6:14-15).

"Por isso o reino dos céus pode comparar-se a um certo rei que quis fazer contas com os seus servos; E, começando a fazer contas, foi-lhe apresentado um que lhe devia dez mil talentos (Talento-Moeda de elevado valor utilizada no Império Romano na época dos acontecimentos evangélicos); E, não tendo êle com que pagar, o seu senhor mandou que êle, e sua mulher e seus filhos fõssem vendidos, com tudo quanto tinha, para que a dívida se lhe pagasse. Então aquêle servo, prostrando-se, o reverenciava, dizendo: Senhor, sê generoso para comigo, e tudo te pagarei. Então o senhor daquele servo, movido de íntima compaixão, soltou-o, e perdoou-lhe a dívida. Saindo, porém, aquêle servo, encontrou um dos seus conservos, que lhe devia cem dinheiros (Dinheiro ou Dinar - moeda de baixo valor, em circulação no Império Romano na época dos acontecimentos evangélicos), e, lançando mão dêle, sufocava-o, dizendo: Paga-me o que me deves. Então o seu companheiro, prostrando-se a seus pés, rogava-lhe dizendo: Sê generoso para comigo e tudo te pagarei. Éle, porém, não quis, antes foi encerrá-lo na prisão, até que pagasse a dívida. Vendo, pois os seus conservos o que acontecia, contristaram-se muito, e foram declarar ao seu senhor tudo o que se passara. Então, o seu senhor, chamando-o à sua presença, disse-lhe: Servo malvado, perdoei-te tõda aquela dívida, porque me suplicaste. Não devias tu igualmente ter compaixão do teu companheiro, como eu também tive misericórdia de ti? E, indignado, o seu senhor o entregou aos atormentadores, até que pagasse tudo o que devia. Assim vos fará também meu Pai celestial, se do coração não perdoardes, cada um a seu irmão, as suas ofensas" (Evangelho de São Mateus 18:23-35).

650. Por que não poderemos obter o perdão aos nossos pecados, se não perdoarmos aos nossos devedores?

Porque não perdoando aos nossos semelhantes, tornamo-nos maus nós mesmos, afastando de modo decisivo e concreto a graça divina e a Sua infinita misericórdia.

651. Quais são os deveres impostos pelas palavras: "Como nós perdoamos aos nossos devedores?

Estas palavras obrigam a abandonar definitivamente os sentimentos de ira e de ódio, conservando os corações puros e cheios de amor, de ternura e de paz. "Portanto, se trouxeres a tua oferta ao altar, e aí te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, Deixa ali diante do altar a tua oferta, e vai reconciliar-te primeiro com teu irmão, e depois vem e apresenta a tua oferta" (Evangelho de São Mateus 5:23-24).

652. Como se deve proceder no caso, quando algo nos ímpede de encontrar nosso irmão em Cristo, que nos tem rancor, ou então se êste último não consente em fazer pazes conosco?

Neste caso devemos fazer pazes com éle no fundo dos nossos corações perante Deus que vê tudo. e penetra tôdas as almas. "Se fôr possível, quando estiver em vós, tende paz com todos os homens" (Epístola de São Paulo, apóstolo, aos Romanos 12:18).

Nunca, porém, devemos desprezar a última oportunidade, que se possa apresentar, a fim de que a paz e a concórdia, o amor e o perdão reinem entre os fiéis da nossa Santa Igreja. Devemos conservar permanentemente, perante os olhos das nossas almas as luminosas figuras dos santos apóstolos e dos santos mártires. Não devemos esquecer que nêles temos a imagem perfeita das virtudes cristãs, Sabemos perfeitamente, entretanto que nenhum deles empunhou a espada ou outra arma de qualquer espécie, a fim de defender a sua vida ou a sua segurança pessoal, ante as ameaças e as perseguições. O próprio Salvador dos homens deixou-se sacrificar voluntáriamente e sofreu terríficos padecimentos, sem por uma vez, sequer, erguer o seu poder celestial contra os seus perseguidores.

Aquêle que compreendeu a fundo o espírito do Cristianismo seguirá indubitàvelmente o mesmo caminho da humildade e da justiça perfeita. É melhor morrer, do que matar o seu semelhante. É melhor sofrer padecimentos, do que infligir padecimentos ao pior dos nossos irmãos. É, também, muito melhor dar do que receber aquilo que possa trazer benefício e felicidade. Humildes, modestos, puros e amorosos, devemos seguir pacificamente, com calma apôstólica e dignidade, a trilha tortuosa da nossa vida, a fim de poder alcançar a meta suprema, o destino dos bem-aventurados, na eterna luz da verdadeira justiça e no verdadeiro amor de Deus.

Sôbre a Sexta Súplica

Da "Oração do Senhor"

653. Qual é a sexta súplica da "Oração do Senhor?"

É a seguinte: "E não nos induzas à tentação."

654. Como devemos entender o têrmo "tentação?"

Tentação é tôda a circunstância que possa ameaçar-nos de perder a fé, a esperança ou o amor ou cometer um grave pecado.

655. Qual é a origem das tentações?

As tentações têm a origem:

656. Por que Deus permite que caiamos em tentação?

Sem luta não há vitória. Sem vitória não pode haver recompensa. Se nossa vida inteira estivesse cheia de paz e tranqüilidade, sendo desprovida de aborrecimentos ou contrariedades não teríamos nada para fazer a fim de merecer a recompensa final nos céus de Deus. A própria vida terrena já seria um Paraíso.

Se Deus, portanto, permite que as tentações chequem a perturbar-nos, fá-lo com o único intuito de possibilitar-nos outras tantas vitórias contra o mal e a escuridão. Esta, pois, é a razão principal, pela qual nunca devemos revoltar-nos por causa de mágoas, tristezas ou dificuldades que nos afligem, pois são destinadas evidentemente a elevar-nos às supremas alturas, para as quais o caminho que nos foi dado vencer é tortuoso e cheio de obstáculos. "Revesti-vos de tõda a armadura de Deus, para que possais estar firmes contra as astutas ciladas do diabo" (Epístola de São Paulo, apóstolo, aos Efésios 6:11).

657. Que pedimos nas palavras: "Não nos induzas à tentação?"

Nestas palavras suplicamos a Deus:

Sôbre a Sétima Súplica

Da "Oração do Senhor"

658. Qual é a sétima súplica da "Oração do Senhor?"

A sétima súplica da "Oração do Senhor" é: "Mas livra-nos do mal."

659. O que pedimos nesta súplica?

Pedimos:

Sôbre a Glorificação

660. Por que adicionamos à "Oração do Senhor- ainda diversos dizeres que exprimem a glorificação?

Adicionamos ainda a glorificação à "Oração do Senhor:"

661. Que significa a palavra "Amém?"

A palavra "Amém" é grega (Amen-em transcrição original grega pronuncia-se "Amin.") e quer dizer: "Assim seja

662. Por que terminamos a "Oração do Senhor" com a palavra Amém?

Porque demonstramos ter elevado aos céus de Deus os corações cheios de fé e desprovidos de tõda e qualquer dúvida: "Peça-a, porém, com fé, não duvidando; porque o que duvida é semelhante à onda do mar, que é levada pelo vento, e lançada de uma para outra parte. Não pense tal homem que receberá do Senhor alguma coisa" (Epístola Universal do santo apóstolo Tiago 1:6-7)

663. Como devemos recitar a "Oração do Senhor?"

Todas as orações, independente daquelas que sejam dirigidas a Deus, a nossa Senhora e Sempre Virgem Maria ou aos Santos e Anjos, e principalmente a "Oração do Senhor," devemos recitá-las com absoluta atenção e profundo respeito, não esquecendo, por um momento sequer, que orando, conversamos com os Poderes Celestiais.

 

Sôbre os Ensinamentos da

Felicidade

664. Além da oração, que mais é necessário para que se torne firme a esperança da eterna salvação e da eterna felicidade?

Para alcançar a eterna felicidade e a eterna salvação, são necessários, além da oração:

1) Os esforços individuais.

2) Os atos de bem.

3) Os exercícios espirituais.

"E porque me chamais, Senhor, Senhor, e não fazeis o que eu digo?" (Evangelho de São Lucas 6:46). "Nem todo que me diz: Senhor, Senhor! entrará no Reino dos Céus, mas aquêle que faz a vontade de Meu Pai, que está nos céus" (Evangelho de São Mateus 7:21).

665. Onde está exposto o ensinamento sôbre os atos que devem ser praticados para alcançar a eterna felicidade?

Os ensinamentos de Nosso Senhor Jesus Cristo sôbre os caminhos que devem ser seguidos na trilha da felicidade eterna, estão resumidos nas "Bem-aventuranças."

666. Quantas "Bem-aventuranças" encontramos nos ensinamentos do Salvador?

São nove as "Bem-aventuranças:"

1. Bem-aventurados os pobres de espírito; porque deles é o Reino dos Céus.

2. Bem-aventurados os que choram: porque êles serão consolados.

3. Bem-aventurados os mansos; porque êles herdarão a Terra.

4. Bem-aventurados os que têm fome e sêde da justiça; porque éles serão fartos.

5. Bem-aventurados os misericordiosos; porque êles alcançarão misericórdia.

6. Bem-aventurados os puros de coração; porque êles verão a Deus.

7. Bem-aventurados os pacificadores; porque éles serão chamados filhos de Deus.

8. Bem-aventurados os que padecem perseguições por causa da justiça, porque dêles é o Reino dos Céus.

9. Bem-aventurados sois, quando vos injuriarem, e vos perseguirem e disserem toda a palavra má contra vós, por causa de mim. Alegrai-vos e exultai-vos; porque grande é a vossa recompensa nos Céus. (Evangelho de São Mateus 5:3, 12).

667. Que devemos saber sôbre as "Bem-aventuranças- a fim de compreendê-las corretamente?

Nestas "Bem-aventuranças" temos as palavras do próprio Salvador dos homens. Elas encerram os ensinamentos sôbre os meios de alcançar a eterna felicidade. Diz-nos o Santo Evangelho: "E, abrindo a sua bôca, os ensinava, dizendo: Todavia, deve ser apontado, que nosso Senhor Jesus Cristo, sendo meigo e de coração humilde, não nos havia apresentado êstes ensinamentos sob forma de ordens, mas sim, venerando aquêles que os aceitam voluntáriamente, pondo-os em prática com tôda dedicação e tôdo o empenho, Por esta razão devemos apreciar em cada uma das "Bem- aventuranças:"

 

Sôbre O Primeiro Mandamento

Da Bem-Aventurança

Bem-aventurados os pobres de espírito; porque dêles é o Reino dos Céus.

668. Que nos ensina o primeiro mandamento da Bem-aventurança?

Ensina-nos a ser pobres de espírito.

669. Que significa "ser pobre de espírito?"

Significa possuir a noção exata de que tudo que possuimos vem de Deus, e que assim sendo nada é de nossa exclusiva propriedade. Fora disto nada de bom podemos fazer sem a ajuda e a graça de Deus. Devemos, pois, considerar que somos completas nulidades, devendo recorrer em tudo ao poder e à misericórdia do Todo-Poderoso. São João Crisóstomo, Arcebispo de Constantinopla e autor da Divina Liturgia, diz que a pobreza do espírito é a "Sabedoria da humildade."

670. Podem as pessoas abastadas (ricas) ser pobres de espírito?

Sim. As pessoas abastadas podem também ser pobres de espírito, se estão cientes de que tudo o que possuem, representa os valores essencialmente passageiros e sujeitos à destruição (desintegração), não podendo substituir os imperecíveis bens espirituais. "Pois que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder a sua alma? Ou que dará o homem em recompensa da sua alma?" (Evangelho de São Mateus 16:26).

671. A pobreza material pode tornar mais fácil o aperfeiçoamento da pobreza do espírito?

Sim. A pobreza material pode contribuir para o aperfeiçoamento da pobreza espiritual no caso onde o cristão recorre voluntàriamente a esta medida para agradar a Deus e alcançar a vitória da alma. "Se queres ser perfeito, vai, vende tudo, o que tens e dá-o aos pobres, e terás um tesouro no céu; e vem, e seque-me" (Evangelho de São Mateus 19:21).

672. Qual é a recompensa que Nosso Senhor Jesus Cristo promete aos pobres de espírito?

Aos pobres de espírito Nosso Senhor Jesus Cristo promete o Reino dos Céus.

673. De que modo podem os pobres de espírito alcançar o Reino dos Céus?

O Reino dos Céus pertence aos pobres de espírito interiormente, já no decorrer desta vida terrena, embora num estado embrionário (primário, incompleto), por meio da fé e da esperança. Em forma completa e definitiva, o Reino dos Céus pertencerá aos pobres de espírito na vida futura, por meio de participação na felicidade eterna.

 

Sôbre o Segundo Mandamento

Da Bem-Aventurança

Bem-aventurados os que choram; porque êles serão consolados.

674. Que nos ensina o segundo mandamento da Bem-aventurança?

Os que desejam alcançar a Felicidade Eterna devem chorar.

675. Como devemos, compreender êste mandamento?

O têrmo "chorar- não deve ser compreendido no sentido literal da palavra. Êste mandamento não quer dizer que devemos entregar-nos ao desespêro, chorando e lamentando nos ininterruptamente. Devemos, porém, lamentar constantemente os erros que havemos cometido; chorando lágrimas de penitência, a fim de aplacar a justa ira de Deus; implorando, com lagrimas de verdadeiro amor e de verdadeira esperança, que as nossas iniqüidades nos sejam perdoadas. Não são, portanto, as demonstrações efusivas e externas, que devem ser entendidas no ensinamento dêste mandamento de Bem-aventurança, mas sim sentimentos profundos e espirituais, que causam os efeitos de perfeita purificação nas almas e abrem os.caminhos para a eterna felicidade. "Porque a tristeza segundo Deus, opera arrepenimento para a salvação, da qual ninguém se arrepende; mas a tristeza do mundo opera a morte" (1 Epístola de São Paulo, apóstolo, aos Corínti 7:10).

676. Qual é a recompensa que Nosso Senhor Jesus Cristo promete aos que choram?

Aos que choram, Nosso Senhor Jesus Cristo promete que serão consolados.

677. De que consolação se trata?

Trata-se da consolação cheia de graça que consiste na remissão (no perdão) dos pecados e na tranqüilidade (paz) do espírito.

678. Por que razão esta consolação está ligada com o mandamento que abençoa os que choram?

Para que o arrependimento pelos pecados não se transforme em desespêro.

 

Sôbre o Terceiro Mandamento

Da Bem-Aventurança

Bem-aventurados os mansos; porque êles herdarão a Terra.

679. Que nos ensina o terceiro mandamento da Bem-aventurança?

O terceiro mandamento da Bem-aventurança ensina-nos que devemos ser mansos.

680. Que quer dizer: "ser manso?"

Significa possuir um âmbito espiritual calmo e tranqüilo, coligado com os mais elevados sentimentos de bondade e sutilidade. Deve-se tomar constante cuidado para não causar mágoas, excitações ou aborrecimentos a quem quer que seja, e não causar situações, que poderiam ocasionar nos mesmos essas vicissitudes.

681. Que mais entendemos sôbre a mansidão cristã?

A mansidão cristã consiste em não lastimar a nossa sorte, em não formular queixas contra Deus, e em não fazer acusações aos nossos próximos, ou nos queixar do procedimento dêles. Se, porém, acontecer que algo se faça em desacôrdo com os nossos desejos, não devemos entregar-nos à ira e ao desespêro, nem, tanto menos, devemos consentir que o sentimento de orgulho se apodere dos nossos corações, quando conseguimos alcançar o almejado.

682. Qual é a recompensa que Nosso Senhor Jesus Cristo promete aos mansos?

Aos que são mansos, Nosso Senhor Jesus Cristo promete que herdarão a terra.

683. Como devemos comprender esta promessa?

Esta promessa tem duplo significado.

    • Em sentido material: Na realidade os cristãos mansos e humildes, não somente sobreviveram tôdas as perseguições, que, durante séculos; dizimavam o corpo da Santa Mãe Igreja, mas tornaram-se verdadeiros donos de imensos territórios do globo terrestre, representando atualmente a respeitável soma de cêrca de 1 bilhão de almas, sôbre uma superfície de quase 70 milhões de quilómetros quadrados. Desta forma, a promusa do divino Salvador cumpriu-se literalmente. Os cristãos herdaram a terra!
    • Em sentido espiritual: A promessa de herdar a terra concerne também a "terra dos vivos:" "Pereceria sem dúvida, se não crêsse que veria os bens do Senhor na terra dos viventes" (Salmo 27:13). Desta forma, também na vida do século futuro, aguardam os mansos a recompensa de herdar a "Terra da Vida," onde todos éles serão eternamente felizes.

Sôbre o Quarto Mandamento

Da Bem-Aventurança

Bem-aventurados os que têm fome e sêde da justiça; porque êles serão fartos.

684. Qual é o quarto mandamento da Bem-aventurança?

Os que desejam a felicidade eterna, devem ter a fome e a séde da justiça.

685. Como devemos entender o têrmo "Justiça?"

Embora o têrmo "Justiça" possa indicar tôda e qualquer ação digna e demonstração de qualquer virtude, que para um cristão devem ser muito mais almejadas do que a água ou o alimento para o corpo, todavia é mister de entender a palavra "Justiça" num sentido bem mais profundo, considerando-a como sendo a "Justiça Eterna" (Livro do profeta Daniel 9:24) adquirida pela graça e a fé em Nosso Senhor Jesus Cristo e designada a justificar o homem, que erra perante a suprema justiça de Deus.

"Isto é, a justiça de Deus pela fé em Jesus Cristo para todos e sôbre todos os que crêem; porque não há diferença. Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus; Sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus, Ao qual Deus propôs para propiciação pela fé no seu sangue, para demonstrar a sua justiça pela remissão dos pecados dantes cometidos, sob a paciência de Deus; Para demonstração da sua justiça neste tempo presente, para que Êle seja justo e justificador daquele que tem fé em Deus" (Epístola de São Paulo, apóstolo, aos Romanos 3:22-26).

686. Quem são os que têm fome e sêde da justiça?

São aquêles que cometem os atos do Bem, sem todavia considerar-se justos e perfeitos; os que não se apoiam em seus merecimentos para exigir recompensa, mas sim continuam a sentir sua insignificância perante a magnitude de Deus, sabendo que não passam depecadores e culpados em tornar obscura e desprotegida a alma imortal. Êstes são os verdadeiros desejos de justiça, que almejam a justificação cheia de graça suprema ante a celestial majestade de Nosso Senhor Jesus Cristo. Éste é o seu verdadeiro alimento espiritual, que leva para a felicidade eterna.

687. Qual é a recompensa que Nosso Senhor Jesus Cristo promete aos que têm fome e sêde da justiça?

Promete que serão fartos.

688. Como devemos entender o têrmo "fartos?"

Da mesma forma como o alimento material elimina a fome, também o alimento espiritual determina a fartura da alma. Esta fartura da alma representa:

  • O apaziguamento interno do pecador, que é digno receber a misericórdia de Deus.
  • A aquisição de energias para a efetivação das obras do Bem, energias estas, que provêm do recebimento da graça justificadora.
  • A eterna fartura da alma, cujo destino é a felicidade eterna: "Quanto a mim, contemplarei a tua face na Justiça" (Salmo 17:15).

Sôbre o Quinto Mandamento

Da Bem-Aventurança

Bem-aventurados os misericordiosos; porque êles alcançarão misericórdia.

689. Que nos ensina o quinto mandamento da Bem-aventurança?

Ensina-nos a ser misericordiosos.

690. De que modo devemos pôr em execução êste mandamento?

Devemos pôr em execução êste mandamento por meio de atos de misericórdia tanto em sentido material, quanto em sentido espiritual. "Ilimitadas são as formas de misericórdia e vastíssimo é êste mandamento" (São João Crisóstomo "Palestras," 15).

691. Quais são os atos materiais de misericórdia?

São os seguintes os atos principais de misericórdia de categoria material:

  • Alimentar os famintos;
  • Aplacar a sêde dos sedentos;
  • Vestir os nus (Deve-se subentender, que se trata também de vestir os andrajosos);
  • Visitar e sustentar material e espiritualmente os cativos;
  • Visitar os enfermos; auxiliá-los material e espiritualmente a fim de que possam recuperar a saúde ou, no caso de ser a enfermidade de desfêcho fatal, ajudá-los a preparar-se a uma morte digna e cristã.
  • Dar hospitalidade aos forasteiros, proporcionar-lhes um descanso proveitoso e satisfazer, na medida do possível, às suas necessidades;
  • Dar sepultamento digno e cristão aos falecidos abandonados ou mortos na miséria.

692. Quais são os atos espirituais de misericórdia?

São os seguintes os atos principais de misericórdia de caráter espiritual:

  • Converter ao caminho da Verdade os pecadores: "Saiba que aquêle que fizer converter do êrro do seu caminho um pecador salvará da morte uma alma, e cobrirá uma multidão de pecados" (Epístola universal do santo apóstolo Tiago 5:20).
  • Instruir na Verdade e no Bem, especialmente os ignorantes.
  • Aconselhar em tempo os seus semelhantes, especialmente quando êstes se encontram desorientados, desviados do caminho certo ou em perigo.
  • Orar pelos seus próximos e aquêles que necessitam de auxílio.
  • Consolar os que estão tristes ou magoados;
  • Não pagar nunca com o mal pelo bem;
  • Perdoar as ofensas de todo o coração.

693. O castigo dos culpados, em conformidade com as leis da justiça, não contraria o mandamento sôbre a misericórdia? O castigo dos culpados, quando baseado nas leis da justiça, não contraria em absoluto o mandamento sôbre a misericórdia, quando executado com intuito de corrigir os culpados e de preservar os inocentes das conseqüencias dos erros a êles atribuíveis.

694. Qual é a recompensa que Nosso Senhor Jesus Cristo promete aos misericordiosos?

Promete que alcançarão misericórdia.

695. Qual é o significado desta promessa?

Esta promessa significa, que Deus conservará os misericórdiosos da eterna condenação pelos pecados por êles cometidos, no temível Juizo Final.

 

 

Sôbre o Sexto Mandamento

Da Bem-Aventurança

Bem-aventurados os puros de coração; porque êles verão a Deus

696. Que nos ordena o sexto mandamento da Bem-aventurança?

Ordena que tenhamos os corações puros.

697. Qual é a diferença entre a pureza de coração e a sinceridade?

A sinceridade é um grau inferior à pureza de coração. O homem sincero não demonstra a falsa amizade e a falsa simpatia, quando êstes sentimentos não se originam no íntimo do seu coração, demonstrando a bondade nos atos do Bem e da Justiça. A pureza de coração, porém, é alcançada por meio de constantes exercícios e labutas no ambiente espiritual do indivíduo. Torna-se praticável, quando os vícios, os pecados, a atração natural às coisas mundanas etc., são totalmente eliminados do coração e quando a meditação sôbre as coisas divinas e celestiais se une indissolúvelmente com o amor e a fé em Nosso Senhor Jesus Cristo. A pureza de coração é, pois, o aperfeiçoamento extremo das faculdades espirituais de sensibilidade unidas com os sentimentos de extrema sinceridade de propósitos e do amor à justiça.

698. Qual é a recompensa que Nosso Senhor Jesus Cristo promete aos puros de coração?

Promete que êles verão a Deus.

699. Como devemos compreender esta promessa?

Devemos entender, que a Palavra de Deus torna o coração humano semelhente a um ôlho, que começa a avista; as profundas e indescritíveis verdades de Deus: "Tendo iluminados os ôlhos do vosso entendimento, para que saibais qual seja a esperança da sua vocação, e quais as riquezas da glória da sua herança nos santos" (Epístola de São Paulo, apóstolo, aos Efésios 1:18). Portanto, da mesma forma como o ôlho limpo e sadio está apto a avistar a luz, assim, também, o coração puro está habilitado a sentir e enxergai espiritualmente a Deus Todo-Poderoso. Sendo, porém, a contemplação de, Deus a fonte suprema da eterna felicidade, torna-se claro que a promessa de "ver a Deus" é uma recompensa superior a todo e qualquer prêmio imaginável.

Sôbre o Sétimo Mandamento

Da Bem-Aventurança

Bem-aventurados os pacificadores; porque êles serão chamados filhos de Deus.

700. Que nos ensina o sétimo mandamento da Bem-aventurança?

Ensina-nos que devemos ser pacificadores.

701. De que maneira devemos pôr em execução êste mandamento?

Devemos manter relações amistosas com todos os nossos semelhantes. Nunca devemos dar margem a qualquer rixa ou desentendimento. No caso de surgir um desentendimento ou uma rixa entre nós e o nosso próximo, devemos sem demora dedicar-nos à pacificação das nossas relações, mesmo com prejuízo dos nossos direitos ou com a nossa direta desvantagem. Devemos ceder sempre, quando isto não prejudica ninguém e não está contrariando as nossas obrigações e a integridade da nossa alma. Não devemos poupar esforços para apaziguar aquêles que estão em rixa, inimizade ou ódio. Se, porém, surgir um caso, em que a nossa intervenção direta não pode, por alguma razão, ter um efeito positivo, devemos orar a Deus Todo-poderoso, que Êle, com o seu supremo poder de bondade, induza os corações desentendidos e briguentos ao caminho da concórdia e da paz.

702. Qual a recompensa que Nosso Senhor Jesus Cristo promete aos pacificadores?

Os pacificadores serão chamados "Filhos de Deus."

703. Como devemos compreender esta, promessa?

É na verdade insaldável o esfôrço daqueles que labutam pela paz entre os homens. É também totalmente merecido o prêmio que o Salvador dos homens prometeu aos pacificadores. A obra de pacificação representa uma imitação perfeita da labuta efetuada no meio dos homens pelo próprio Nosso Senhor Jesus Cristo, que veio a terra a fim de reconciliar o homem decaído com a justiça de Deus. Por esta razão, aquêles que souberem imitar condignamente o Filho Unigénito de Deus, tornam-se dignos desta denominação, altíssima e meritória de "Filhos de Deus."

Sôbre o Oitavo Mandamento

Da Bem-Aventurança

Bem-aventurados os que padecem perseguições por causa da justiça; porque dêles é o Reino dos Céus.

704. Que nos ensina o oitavo mandamento da Bem-aventurança?

Ensina-nos que devemos estar preparados a sofrer perseguições por causa da justiça, não traindo, em coisa, alguma, os nossos princípios cristãos.

705. Quais são os elementos que devemos criar em nosso âmbito espiritual a fim de conseguir pôr em prática êste mandamento?

A fim de conseguir pôr em prática êste mandamento, devemos:

  • Desenvolver nos nossos corações o amor e o sentimento inflexível da justiça;
  • Manter a persistência nos atos do Bem;
  • Conservar inalteradamente: as virtudes cristãs;
  • Possuir a coragem e a paciência nos momentos de perigo ou de desgraça, principalmente quando êstes últimos são causados pelo fato de termos persistido nos princípios da nossa sagrada fé cristã Ortodoxa.

706. Qual é a recompensa que Nosso Senhor Jesus Cristo promete aos que padecem perseguição por causa da justiça?

Da mesma forma como aos pobres de espírito, também neste caso a promessa é a mesma: 0 Reino dos Céus. Não pode haver dúvida de que a recompensa dos que monstram abnegação dos bens terrenos em favor dos bens celestiais, deve ser a mesma dos que desistem da vida terrena pela vida eterna, em conseqüencia de perseguições e padecimentos pela justiça e a Verdade ser maltratado ou morrer pela Fé é o caminho reto para a salvação no Reino de Deus, é a trilha já aberta pelos inúmeros santos mártires do Cristianismo, que encontraram a Bem-aventurança neste oitavo mandamento da Felicidade.

Sôbre o Nono Mandamento

Da Bem-Aventurança

Bem-aventurados sois, quando vos injuriarem, e vos perseguirem e disserem tôda a palavra má contra vós, por causa de mim.

Alegrai-vos e exultai-vos; porque grande é a vossa recompensa no Céu.

707. Que nos ensina o nono mandamento da Bem-aventurança?

O nono mandamento da Bem-aventurança ensina-nos que devemos alegremente aceitar as injúrias, perseguições, expulsões e injustiças, (palavras más), inclusive desgraças ou mesmo a morte, pelo sagrado nome de Nosso Senhor Jesus Cristo e a única verdadeira e imaculada Igreja-a Santa Igreja Universal Apostó1ica Ortodoxa.

708. Que mais devemos entender do que nos ensina o nono mandamento da Bem-aventurança?

Êste mandamento nos instrui a ficar em permanente prontidão para receber o martírio, acaso esta seja a vontade de Deus.

709. Qual a recompensa que Nosso Senhor Jesus Cristo promete aos injuriados, perseguidos, expulsos e sofredores de todo mal pelo seu nome?

O nono mandamento da Bem-aventurança é, de certo modo, a interpretação em sentido mais amplo do oitavo mandamento. Assim sendo a recompensa também será no Reino dos Céus, a qual é grande em virtude da imensidão do sacrifício exigido. "Alegrai-vos e "exultai-vos" diz O Salvador "Porque é grande o vosso galardão nos Céus." Na verdade, devemos alegrar-nos e exultar, pois qual é a maior recompensa por todos os sofrimentos, tôdas as tristezas e mágoas desta vida terrena, senão o prêmio supremo e eterno, aquela infelicidade luminosa e radiante no reino dos Bem-aventurados?

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Editado por determinação do

Reverendíssimo Pe. Arquimandrita

ISSAIA ABBUD

Excelentíssimo Legado Patriarcal no Brasil

Por

JERZY BERKMAN KARENIN

Professor do "Colégio Vítor Viana,"

Ex-secretário particular

do Arcebispo de Varsóvia e Protodiácono.

Publicação da Santa igreja Grego-Ortodoxa do Brasil 1957

Reprinted by

Holy Protection Russian Orthodox Church

2049 Argyle Ave. Los Angeles, California 90068

(doutrina_crista_ortodoxa_3.doc, 01-05-99)