Seqüências
dos
Serviços Divinos da Igreja
T
odos os Serviços Divinos da Igreja se enquadram em três classes do dia, semanal e anual.I) Classe dos Serviços Divinos de um dia (24 horas). A essa classe pertencem os Serviços Divinos celebrados pela Santa Igreja Ortodoxa no período de um dia completo, isto é, 24 horas. Os serviços Divinos de um dia são nove: vesperal, pós-vesperal, da meia noite, matinal, primeira hora, terceira hora, sexta hora, nona hora e a Santa Liturgia.
Seguindo o exemplo do profeta Moisés, em sua narrativa da criação do mundo, segundo a qual, o "primeiro dia"começa à tarde, assim também na Igreja Ortodoxa o dia tem início à tarde - na véspera.
2) PÓS-VESPERAL - Neste serviço são lidas uma série de orações em que pedimos a Deus perdão pelos pecados, que Ele nos dê durante o nosso sono descanso do corpo e da alma, e que nos guarde durante o mesmo o demônio.
Todos estes Serviços Divinos nos tempos antigos e nos Mosteiros, bem como entre os eremitas, eram celebrados separadamente, no horário adequado a cada um. Entretanto celebrado de "vigília noturna" (por toda a noite), em virtude de que durante os primeiros séculos da cristandade, este serviço se extendia por toda a noite.
Esquema dos
Ofícios de um Dia
Da tarde:
De manhã:
Durante o dia
I I - Classe dos Ofícios Divinos Semanais
Dá se o nome de Ofícios Divinos Semanais à ordem de ofícios no período dos sete dias da semana. Cada dia da semana ''e dedicado a algum fato importante, ou a algum santo especialmente venerado.
No Domingo (de Dominus - dia do Senhor) a Santa Igreja relembra e comemora a Ressurreição de Cristo.
Na Segunda-feira (segundo dia após Sábado) comemorou-se as Potestades Celestiais - os Anjos, criados antes do homem e os mais próximos servidores de Deus.
Na terça-feira comemora-se São João Batista, como o maior de todos os Profetas e Santos.
Na Quarta-feira relembra-se o fato da traição de Judas e a venda de Jesus por trinta dinheiros. Relativamente à isto celebra-se o ofício em hora à Santa Cruz do senhor. (dia de jejum e abstinência).
Na Quinta-feira comemora-se os Santos Apóstolos e São Nicolau.
Na Sexta-feira relembra-se a Paixão e morte de Nosso Senhor e celebra-se o ofício em honra à Santa Cruz do senhor. (dia de jejum e abstinência).
No Sábado (que quer dizer - dia do descanso) comemora-se: Nossa Senhora, a Mãe de Deus, que aliás, é venerada diariamente; os Profetas; Apóstolos; Mártires; Santos monges e em geral todos os Santos que alcançaram o descanso eterno no Senhor. Também relembra-se todos os que já deixaram esta vida com fé e esperança na Ressurreição dos Mortos e na vida eterna.
III - Classe dos
Ofícios Divinos Anuais
Nesta classe enquadram-se os ofícios Divinos celebrados anualmente. Cada dia do ano é dedicado a uns e outros santos, há ocorrências religiosas importantes e quaresmas.
De todas as festas da Igreja, no período de um ano, a mais importante é a festa da Ressurreição de Cristo (PÁSCOA). Ela é chamada festa das festa. O dia da Páscoa varia de 4 de abril à 8 de maio novo calendário, e ocorre sempre no primeiro Domingo após a lua cheia da primavera. Em seguida há as doze principais festas do ano em honra a Nosso senhor Jesus Cristo e à mãe de Deus e são chamadas Duodécimos. Há festas também em honra aos Santos chamados grandes e em honra às potestades Celestes - os Anjos. Assim, todas as festas do ano, pelo seu, podem ser qualificadas em:
De acordo com a sua importância, as festas da Igreja enquadram-se em três grupos: grandes (há sempre a vigília noturna), médias e pequenas.
O Ano novo da Igreja, de acordo com os Ofícios, inicia-se à 14 de setembro (1º de setembro pelo Calendário Juliano) e todos os Ofícios Divinos do Ano tem como de referência a Santa Páscoa.
Exemplos de festas imóveis ou constantes
:Cal. Juliano
1) NATALIDADE DE NOSSA SENHORA - 21 de setembro novo calendário (08 de setembro calendário Juliano)
2) ENTRADA DE N. S. NO TEMPLO - 04 de dezembro/ 21 de Novembro
3) ANUNCIAÇÃO DE N. SENHORA - 07 de abril/ 25 de março
- 19 de dezembro/ 06 de dezembro
Algumas festas móveis ou inconstantes:
Quaresmas:
Dias de jejum e abstinência, impostos pela santa Igreja:
Estende-se do dia 14 à 27 (novo calendário) de agosto inclusive. Além destas quaresmas, há ainda vários dias no decorrer do ano nos quais devemos jejuar:
Neste costuma-se não comer nada até o aparecimento da primeira estrela no céu, o que, o que se dá aproximadamente às 5: 30 horas da tarde.
29 agosto (Cal. Juliano).
14 setembro (Cal. Juliano).
A Vigília Noturna
Chamamos de "VIGÍLIA NOTURNA "ou simplesmente VIGÍLIA ao "Ofício Divino" celebrado à tarde na véspera de importantes dias de festa da Igreja.
Compõe-se a Vigília da união da Vesperal, Matinal, e Primeira Hora, senão que as duas primeiras são celebradas com maior solenidade e iluminação do templo, do que em outros dias. Estes ofícios Divinos são chamados "VIGÍLIA," pois em séculos passados iniciavam-se à tarde e estendiam-se por toda a noite até o amanhecer. Porém com o passar do tempo, a crescente impossibilidade na freqüência de tais Ofícios foi aos poucos obrigando a diminuir a sua duração. Atualmente a "VIGÍLIA" não leva mais de três horas.
I) Vesperal
Por sua composição relembra e representa a época do antigo Testamento: a criação do mundo, o pecado e a expulsão dos primeiros seres humanos do Paraíso, seu arrependimento e pedido de salvação e esperança do povo, de acordo com as promessas de Deus, no Salvador, e enfim a realização das promessas.
A Vesperal na Vigília, inicia-se com a abertura das Portas Reais. O sacerdote em silêncio incensa o Altar e todo o Santuário, ficando este envolto numa fumaça aromatizada do incenso. Este incenso silencioso represente o início da criação do mundo. "No princípio Deus criou o Céu e a terra." A terra porém, estava informe e vazia. E o Espírito de Deus movia-se sobre a primeira matéria insuflando-lhe a força Divina. No entanto ainda não havia sido pronunciada a palavra criadora de Deus.
Em seguida o sacerdote para defronte ao altar, e suas primeiras palavras glorificam o criador do mundo a "santíssima Trindade ": Gloria à Santíssima e Consubstancial, Vivificante e Indivisível
Trindade, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. "O coro entoa o salmo 103 onde glorifica-se a sabedoria de Deus, durante o qual o sacerdote sai do santuário e com o turibulo incensa o Iconostácio, todos os presentes e toda a Igreja. Simbolicamente este ato relembra não só a criação do mundo mas também a bem aventurada vida inicial dos primeiros seres humanos no Paraíso em constante e visível companhia do próprio Deus. Como naquela época estavam abertas as portas do Céu para todos os homens, assim simbolicamente, permanecem abertas as portas Reais do Iconostácio.
Aconteceu então o pecado, "Adão e Eva"enganados pelo demônio desobedeceram a vontade Divina, caíram em pecado, e com isso perderam a bem aventurada vida do Paraíso. Foram expulsos dele e fecharam-se as portas do céu. Simbolizando este fato, o sacerdote após incensar a Igreja, e após o termino do cântico do salmo 103, fecha as Portas Reais. Em seguida, saindo do santuário, o Sacerdote (ou Diácono) para defronte as portas Reais que acabaram de ser fechadas e, como Adão perante as portas do Paraíso, clama a Deus entoado a Grande Ladainha: EM PAZ OREMOS AO SENHOR."
Após estão o coro canta alguns versículos dos primeiros três salmos de Davi. Segue-se a "Pequena ladainha" e o coro novamente canta os salmos, desta vez o 140:
"SENHOR A TI CLAMO. SOCORRE-ME.... SUBA DIRETAMENTE A TI A MINHA ORAÇÃO COMO INCENSO..."
No decorrer do cântico deste salmo novamente incensa-se toda a Igreja, o que representa os sacrifícios que eram trazidos no velho testamento, assim como as nossas orações dirigidas a Deus. Em tudo pedimos perdão pelos pecados, libertação dos infortúnios, e toda nossa esperança é sermos perdoados por Deus.
Juntamente com o salmo 140 são cantadas as "STIHIRAS" - hinos de louvor à festa ou ao Santo comemorando, sendo que o último é sempre em honra à Nossa Senhora. Ao se iniciar o cântico deste hino, as Portas Reais abrem-se e à feita a Entrada da Tarde: pela porta do Norte sai do Altar o Sacerdote, levando na mão o turíbulo, precedido pelo coroinha que leva uma vela. O sacerdote para defronte às Portas Reais, incensa as imagens de Nosso Salvador e de sua Santíssima Mãe e abençoa Entrada, após, como Turíbulo traça o sinal da cruz exclamado ao mesmo tempo "SABEDORIA! ERGUEI-VOS"e entra novamente no Santuário, beija o Altar e vai para trás do mesmo para o chamado "lugar Alto." Neste ínterim o coro canta o hino "LUZ SILENCIOSA." Neste hino o filho de Deus é chamado de luz silenciosa, porque ele não veio à terra com toda a sua glória resplandecente, mas como uma pequena e silenciosa luz desta glória.
A entrada com o turíbulo lembra-nos, segundo a promessa Divina, como as pessoas santas, no velho Testamento, descreviam, por intermédio das proficiais a esperança na vinda do Messias, e com Ele veio ao mundo para a salvação dos homens. A cruz traçada com o turíbulo lembra-nos que ao mundo por intermédio da Santa Cruz que o senhor abri-nos as portas do Paraíso novamente.
Canta-se então "PROKIMENON" que são versículos escolhidos das Sagradas Escrituras do Velho Testamento, e quando há alguma festa da Igreja são lida as "PAREMIAS" após. Isto são alguns trechos das Sagradas Escrituras que de alguma forma se relaciona com a festa da Igreja que está sendo comemorada. Assim que o "PROKIMENON" é cantado (ou quando há "parêmia" após a sua leitura), o Sacerdote ou o Diácono entoa duas Ladainhas: a Grade ou Insistente e a Suplicante. Terminada esta, o coro canta as "STIHIRAS" que são hinos em honra ao Santo comemorado.
A vesperal termina com a oração de São Simeão "HOJE TU LIBERTAS O TEU SERVO..." e o cântico de "AVE MARIA, finalizando com a benção do Sacerdote. As duas últimas orações indicam-no que a promessa Divina foi cumprida com a vida de Jesus Cristo, o Messianismo, à Terra.
Matinal
A Segunda parte da vigília - matinal, lembra-nos os tempos do novo Testamento; a vinda de N.S. Jesus Cristo ao mundo para a nossa salvação e a sua Gloriosa Ressurreição.
De início, a matinal já nos diz sobre a Natalidade do Senhor, com a entoação da glorificação dos anjos que apareceram aos pastores de Belém:
"GLÓRIA A DEUS NAS ALTURAS, E PAZ NA TERRA AOS HOMENS DE BOA VONTADE." Em seguida lêem-se os seis salmos de Davi (3, 37, 62,87,102, e 142) os quais descrevem o mísero estado de humanidade após o pecado e ao mesmo tempo a esperança na ajuda Divina. Após estes salmos, o sacerdote (ou diácono) rezam a Ladainha da Paz. Finda esta, o coro canta em homenagem à vinda de Jesus Cristo à terra. "O SENHOR DEUS VEIO A NÓS, ABENÇOADO SEJA O QUE VEM EM NOME DO SENHOR." Em seguida cante-se o "KATISMA" quer dizer sentar-se. Terminada "katisma," lê-se a pequena ladainha, após a qual abrem-se as Portas Reais, todo o templo é iluminado e o coro canta o Hino de Louvor a Deus pela sua grande misericórdia para com os homens: "EXALTE O NOME DO SENHOR! Esta parte da matinal leva o nome de "POLIELEI," o que quer dizer "muita misericórdia ou "muita luz." Com o cântico do "POLIELEI" demonstramos nosso júbilo pela infinita misericórdia que nos foi concedida na Ressurreição de Cristo.
Após este hino, nas matinais de Domingo, canta-se alguns troparions especiais para este dia, isto é, jubiloso cântico em honra à Ressurreição de Jesus Cristo, cuja composição exalta este fato e fala sobre os Anjos e as santas mulheres que vieram ao túmulo de Cristo e receberam a boa nova da Ressurreição. Em outras festas estes troparions são substituídos por um curto hino de louvor em honra à festa ou ao santo comemorado. Neste tempo o sacerdote incensa toda a Igreja.
Em seguida há a pequena ladainha seguida "PROKIMENON"e da leitura do Santo Evangelho. O Santo Evangelho, nas matinais dominicais, fala-nos sobre o grande milagre da Ressurreição de Cristo e das várias aparições de Cristo Ressuscitado aos Apóstolos e, em honra à Ressurreição, é lido sobre o Altar. Em outros dias, o Evangelho relaciona-se com a Festa da Igreja.
Após a leitura do Evangelho, na vigília dominical, este é levado e colocado no centro da Igreja para que todos os fiéis possam beijá-lo. Em outras vigílias permanece no centro da Igreja, somente a Imagem correspondente à festa ou do santo comemorado. Neste ínterim, no coro inicia-se o cântico e leitura do "cânone," que do grego quer dizer regra ou método.
O Cânone divide-se em nove partes e cada uma delas em vários versículos, variando o número destes de 4 a 10. O primeiro versículo de cada parte é geralmente cantado e chama-se "Irmos (do grego - união). Os outros são chamados "Troparions "e São lidos. Cada um dos nove Irmos foram compostos baseando-se em determinadas orações e cânticos do Velho Testamento. Assim, o 1º e o 2º Irmos - no Profeta Moisés, o 3º - na Profetiza Ana, não de Samuel, o 4º Profeta Abbacum, o 5º - Profeta Isaías, o 6º - Profeta Jonas,o7º e o 8º - nos 3 jovens que estiveram presos no forno de Babilônia e, finalmente o 9º Irmos, na oração do Profeta Zacarias, pai de São João Batista.
Entre o 8º e o 9º cântico do cânone, entoa-se o hino à Nossa Senhora.
Após o Cânone, são cantados os Salmos de Louvor seguidos de "Stihiras." Quando a última Sitihira de louvor é cantada abrem-se as Portas Reais, e o sacerdote exclama: "Glória a ti, que mostrou-no luz!" e é cantada a Grande Glorificação. Nesta glorificação nós agradecemos a Deus por ainda podermos ver mais um dia e pedimos que sejamos iluminados pela luz da verdade, isto é, Jesus Cristo. Segue-me duas Ladainhas, e a matinal termina com a benção do sacerdote, após o que o leitor inicia a última parte da vigília a leitura da 1a Hora, cujo conteúdo é de Salmos e Orações onde pedimos a Deus que nos guie durante o dia que começou. A vigília noturna termina com a benção final da 1a Hora.
Ofício Divino da Liturgia
ou Santa Missa
A liturgia é o mais importante ofício Divino, durante o qual ocorre o Santíssimo Sacramento da Comunhão, instituído por Nosso Senhor Jesus Cristo na tarde da 5a feira santa, na véspera de sua Paixão e Morte na Cruz.
Após lavar os pés aos seus discípulos, mostrando-lhes assim um exemplo de humildade, o Senhor deu Louvor a Deus Pai, pegou o pão, abençoou-o, partiu-o e deu aos Apóstolos dizendo: "tomai e comei: este é o meu corpo," depois Ele pegou o cálice com vinho de uva, abençoou-o da mesma forma e deu aos Apóstolos dizendo "Bebei dele todo: porque isto é o meu sangue do Novo Testamento, o qual será derramado por vós e por muitos para a remissão dos pecados," acrescentando em seguida: "fazei isto em memória de Mim" (Mateus 26:26-28; Lucas 22:19; Cor. 11:24).
Os Santos Apóstolos celebravam a Sagrada Eucaristia segundo o exemplo dado por Cristo, e ensinaram-na aos Cristãos. Nos primeiros tempos esta celebração da Liturgia era transmitida oralmente. Entretanto, com o correr do tempo, novas orações, ritos e cânticos eram introduzidos na Liturgia, criando assim, uma desarmonia entre as Igrejas. Porém, só no século IV, quando a perseguição aos cristãos terminou, é que foi possível dar maior atenção à vida interna da Igreja. São Basílio, o grande, então, codificou o Ofício da Divina Liturgia que foi em todo o mundo cristão, e São João Crisóstomo, encurtou as orações privadas do Sacerdote, tornando assim, a Liturgia menos longa. Como Base, entretanto, para estas duas Liturgias, foi tomada a Liturgia do Apóstolo São Jacó, 1º Bispo de Jerusalém. (Tanto São Basílio, como São João Crisóstomo viveram no século IV, o 1º faleceu em 379 e o 2º em 407 D.C no V século.).
Liturgia é a Palavra Grega que quer dizer "ofício bíblico. A Divina Liturgia, também pode ser chamada "Eucaristia"(grego) o que quer dizer "Agradecimento." Na Divina Liturgia relembra-se toda a vida terrena de Jesus Cristo desde o seu nascimento até sua Ascensão
A liturgia divide-se em três partes:
Proskomidia
Proskomidia - palavra grega que quer dizer: oferta. Assim é denominada a 1a parte da Liturgia relacionada com a tradição dos primeiros cristãos em oferta o pão, o vinho e todo o necessário para a celebração da Liturgia. Por isso o próprio pão utilizado na cerimônia é chamado "prosforá, o que significa oferenda. O pão (prosforá) deve ser preparado à base de fermento e da mais pura farinha de trigo. O próprio Nosso Senhor Jesus Cristo utilizou pão deste tipo ao instituir a Sagrada Eucaristia na Santa Ceia. A prosforá deve ser de formato redondo e feita de duas partes sobrepostas relembrando as duas naturezas de Jesus Cristo - Divina e Humana. Na parte de cima da prosforá é feito um molde em forma de Cruz em cujos lados figuram as iniciais do Nome de Jesus Cristo e a palavra grega HI-KA, o que quer dizer "Jesus Cristo Vence." O vinho para o sacramento deve ser obrigatoriamente de uva e tinto, pois lembra a cor vermelha do sangue. Na preparação o vinho mistura-se com um pouco de água em lembrança ao sangue e água que saíram da ferida de Jesus Cristo feita pela lança do Centurião.
Na proskomidia utiliza-se 5 prosforás ao todo em memória a milagrosa multiplicação de 5 pães feita por Cristo para saciar a fome de mais de 5000 pessoas.
Celebração da Proskomidia
O sacerdote e o diácono, após as orações introdutórias, paramentam-se no Santuário. Em seguida lavam as mãos e dão início à proskomidia. Parando em frente ao Altar das oferendas, o sacerdote abençoa o início e toma na mão esquerda a 1a prosforá, e na direita a lança (uma pequena faca em ponta de Lança), e ao mesmo tempo: "Em memória do Senhor e de Deus o salvador nosso, Jesus Cristo."
Em seguida desta 1a prosforá, o sacerdote corta as partes laterais e a base formando assim, um cubo, rezando ao mesmo tempo versículos do Profeta Isaías: "Como uma ovelha que é levada ao matadouro, e como um cordeiro diante do que o tosquia, guardou silêncio e não abriu sequer a sua boca. Na sua humilhação foi-lhe tirado o seu arbítrio, quem declarará a sua geração ? porque a sua vida foi levada da terra "(Isaías 53,7-8). Esta parte cúbica tirada da prosforá chama-se "Cordeiro"(S. João1, 29) e é colocada na patena com a impressão para baixo. Em seguida o sacerdote corta o "Cordeiro "em forma de cruz, rezando: O Cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo é sacrificado pela vida e salvação do mundo.
Voltando-o, então para cima, enterra a lança no lado direito do "Cordeiro, dizendo: "Um dos soldados feriu-lhe o lado com a lança, e imediatamente saía sangue e água, e aquele que viu disso dá testemunho, e seu testemunho é verdadeiro "(S. João 19:34). Então o sacerdote abençoa o vinho e a água e despeja no cálice a porção necessária.
Da Segunda prosforá, o sacerdote recorta uma partícula em honra à Mãe de Deus e coloca-a na patena à direita do Cordeiro. Da terceira prosforá são cortadas 9 partículas em comemoração a: 1) São João Batista, 2) Profetas, 3) Apóstolos, 4) Santos Bispos, 5) Mártires, 6) Monjes, 7) Santos Taumaturgos, 8) Santos Joaquim e Ana e 9) São João Crisóstomo ou são Basílio, dependendo de qual Liturgia é celebrada. Estas 9 partículas são colocadas à esquerda do Cordeiro em 3 filas de três. Da Quarta prosforá são tiradas partículas por todos os cristãos ortodoxos vivos, e são colocados na patena abaixo do Cordeiro e, finalmente, da Quinta prosforá as partículas são colocadas logo abaixo das dos vivos, e são em lembranças cristãos ortodoxos falecidos. Após findar estas partes introdutórias, são trazidas as prosforás ofertadas pelos fiéis, das quais são tiradas partículas em comemoração aos vivos e mortos mencionados nos "sinódicos "que acompanham estas prosforás.
No final da proskomidia, o sacerdote o turíbulo com o incenso e incensa o asterisco colocando-o em seguida sobre a patena. Da mesma forma incensa os dois pequenos véus colocando um sobre o asterisco e outro sobre cálice, cobrindo em seguida ambos com o grande véu. Feito isto, o sacerdote toma o turíbulo e incensa o altar das oferendas, lembra-se de todos os que as trouxeram, bem como, em comemoração de quem as trouxe, e que o torne digno de oficializar esta Santa Missa.
Os utensílios usado na proskomidia representam:
O preparo do Cordeiro na proskomidia, representa o julgamento, paixão e morte de Jesus Cristo. Todas as partículas de prosforás na patena representam toda a Igreja de Deus, cujos membros são Nossa Senhora, os Anjos, todos os Santos, todos os fiéis Cristãos, tanto vivos como mortos e a Cabeça da Igreja, N.S. Jesus Cristo.
A incensação no final da proskomidia representa a graça do Espírito Santo que tudo envolve e a qual é transmitida aos fiéis pela Sagrada Comunhão.
Toda a proskomidia é efetuada no Altar das oferendas com o Santuário completamente fechado e em voz baixa. Termina a proskomidia durante a leitura das Horas (3a e 6a) antes do início da Liturgia dos Catecúmenos.
Missionary Leaflet #P50
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Editor: Bishop Alexander (Mileant)
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